Seguindo sonho de infância, Major de Bauru será comandante da Esquadrilha da Fumaça na FAB

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As voltas do destino levaram um bauruense que se apaixonou pela Aeronáutica ainda criança, durante uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça, a estar próximo de assumir o comando do grupo de exibição da Força Aérea Brasileira (FAB).

Em 2026, o major Nilson Rafael Oliveira Gasparelo se tornará o primeiro bauruense a ocupar o posto de comandante e piloto líder, posição 1.

Gasparelo já fez história em 2014, quando se tornou o primeiro piloto de Bauru (SP) a integrar a Esquadrilha da Fumaça, onde permaneceu por seis anos nas posições 5 e 7. Em entrevista ao g1, agora prestes a retornar como líder, ele celebra a conquista.

“Todo piloto sonha em comandar um esquadrão. E, tendo feito parte da Esquadrilha da Fumaça, era uma grande aspiração minha voltar como comandante. De todos os cargos que assumi, este é o mais alto. Ser comandante de esquadrão é uma honra”, disse.

A Esquadrilha da Fumaça tem sede em Pirassununga (SP) e é considerada uma vitrine do trabalho da FAB. Os pilotos utilizam aeronaves Super Tucano Embraer EMB-314, fabricadas no Brasil.

“Nossa missão é realizar demonstrações aéreas para difundir a imagem institucional da Força Aérea. Somos os representantes da FAB por meio de um show aéreo”, explicou Gasparelo.

Ainda não há data exata para a posse, mas o bauruense comandará a equipe na temporada 2026-2027. Até lá, atua como piloto “zero dois”, à espera da substituição do atual comandante, tenente-coronel Juliano Nunes.

Inspirações nos céus de Bauru

Nascido e criado em Bauru, o futuro comandante traçou seu destino em meados dos anos 1990, quando, aos 10 anos, assistiu a uma apresentação da Esquadrilha no Aeroclube da cidade. A experiência marcou sua memória e foi decisiva para seguir carreira na Aeronáutica.

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“Resolvi entrar para a Força Aérea justamente pela lembrança de uma demonstração da Esquadrilha. Hoje estou aqui porque um dia vi aquela apresentação no Aeroclube de Bauru”, contou.

Gasparelo ingressou na Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena (MG), e depois seguiu para a Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), onde se formou aviador. Mais tarde, se especializou como piloto de caça e atuou no Esquadrão Flecha, em Campo Grande (MS).

Em 2014, realizou o sonho de integrar a Esquadrilha da Fumaça. “Permaneci na Esquadrilha durante seis anos, de 2014 a 2019. Depois trabalhei no gabinete do comandante da Aeronáutica e servi na Junta Interamericana de Defesa, nos Estados Unidos.”

A Esquadrilha participa anualmente do Arraiá Aéreo, realizado no Aeroclube de Bauru. O major já se apresentou em sua cidade natal em outras edições e agora aguarda com ansiedade para voltar como piloto líder.

“Fui inspirado por sete pilotos na década de 90 e espero retribuir inspirando novas gerações. Talvez, daqui a 20 ou 30 anos, outro comandante conte uma história parecida com a minha.”

Preparação militar

Ao g1, Gasparelo destacou a exigência técnica de um voo de demonstração. “O voo é puramente visual, não por instrumentos. A separação entre as aeronaves é feita visualmente. Não há tempo para olhar para dentro do avião; é preciso focar nas outras aeronaves e no ambiente externo”, explica.

Segundo ele, a segurança é prioridade. “É necessário muito treinamento. Para que tudo saia perfeito, treinamos diariamente, tanto pela qualidade da apresentação ao público quanto pela segurança. Um voo de demonstração dura de 40 a 45 minutos de pura concentração”, concluiu.

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Fonte: Fab / G1