Vai parar tudo? Veja o que você precisa saber sobre a greve da NAV Brasil

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Paralisações parciais estão previstas para os dias 24, 26 e 30 de setembro e 2 de outubro; impacto no turismo pode ser minimizado com planejamento


Os trabalhadores da NAV Brasil, estatal responsável pelos serviços civis de navegação aérea no país, aprovaram a deflagração de greve com paralisações parciais programadas para os dias 24, 26 e 30 de setembro e 2 de outubro. Os atos ocorrerão em dois turnos de uma hora cada, sendo o primeiro das 11h às 12h e o segundo entre as 15h e 16h.

Por lei, a categoria deve avisar com pelo menos 72 horas de antecedência em caso de suspensão dos serviços, o que permite tempo de reorganização das operações.

O movimento é resultado de reivindicações trabalhistas, que incluem a implementação do novo Plano de Cargos e Salários (PCS), melhorias no benefício de assistência à saúde, correção da defasagem salarial pós-pandemia e a realização de concursos públicos, ausentes há 14 anos.

Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Voo (SNTPV) também aponta sobrecarga de escalas e excesso de horas extras como fatores que pressionam a categoria e podem comprometer a segurança operacional.

O papel da NAV Brasil

A NAV Brasil é peça-chave na infraestrutura da aviação nacional. Seus profissionais compõem o segmento civil do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB), atuando em funções essenciais como:

  • Controle de Aproximação (APP) e Controle de Aeródromo (TWR), que orientam pousos, decolagens e movimentação no espaço aéreo próximo aos aeroportos.
  • Meteorologia Aeronáutica, com previsões, informes e vigilância meteorológica usados por pilotos e autoridades aeronáuticas.
  • Serviço de Informação Aeronáutica (AIS), responsável por coletar e divulgar dados críticos para a navegação aérea.
  • Telecomunicações Aeronáuticas, que garantem comunicação segura e eficaz entre aeronaves e unidades em solo.
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Esses serviços estão distribuídos em dezenas de Dependências da NAV Brasil (DNB), presentes em aeroportos estratégicos de todo o país, como Guarulhos (SP), Viracopos (SP), Galeão (RJ), Santos Dumont (RJ) e tantos outros.

O que dizem a NAV Brasil e Abear?

Procurada pelo Brasilturis, a NAV Brasil respondeu, em nota, que mantém diálogo com o sindicato e que a proposta de PCS já foi encaminhada à Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST). A estatal também informou que, desde março, foram realizadas 17 reuniões para tratar do novo Acordo Coletivo de Trabalho, incluindo a busca de soluções para o auxílio saúde. A empresa reforça que seguirá empenhada em garantir a continuidade e a segurança dos serviços, mesmo durante o período de paralisação.

A esquipe de reportagem também buscou a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), para checar se alguma estratégia está sendo preparada para mitigar atrasos e cancelamentos de voos durante as paralisações, assim como recomendações para o público final e trade turístico. A Abear informou apenas que “está em constante diálogo com a NAV Brasil e articula com as empresas aéreas medidas para minimizar eventuais impactos causados pela paralisação dos controladores de voo”.

Veja o que fazer

Passageiros que têm voos marcados nos dias de paralisação devem acompanhar comunicados oficiais das companhias aéreas e checar eventuais alterações na malha por meio de canais oficiais como site, aplicativo e central de atendimento.

Caso tenha sido contratado um seguro-viagem, é indicado averiguar se ele cobre atrasos e cancelamentos de voos. Uma terceira forma, e a mais indicada, de minimizar possíveis prejuízos é optar por horários fora dos turnos previstos de paralisação.

Já os profissionais do trade turístico podem atuar de forma preventiva ao monitorar escalas e evitar conexões próximas aos horários de greve; orientar clientes sobre reacomodação e reembolso, conforme regras da Anac; e oferecer alternativas de voos e aeroportos sempre que possível.

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Políticas de remarcação: Latam, Gol e Azul

Para que passageiros saibam seus direitos caso a paralisação ou qualquer outro evento afete seus voos, seguem alguns destaques das políticas de remarcação das principais companhias:

  • Latam: permite alterar voo, destino ou data por meio do aplicativo, site e central de ajuda. As condições variam segundo tarifa; é necessário verificar custos e possíveis diferencias tarifários.
  • Gol: também é possível alterar o voo via site, app e central de atendimento. Voos nacionais e internacionais têm regras específicas conforme a categoria do bilhete comprado. Em algumas tarifas, remarcação ou cancelamento têm taxas fixas, ou valor não reembolsável.
  • Azul: permite cancelamento ou alteração até um ano após emissão do bilhete, dependendo da tarifa. No entanto, a tarifa também altera os prazos, taxas e condições da remarcação.

Fonte: Brasilturis