Programa de modernização de aeroportos regionais deve alcançar investimentos de R$ 5 bilhões

Leilões devem ocorrer no primeiro semestre de 2025; primeira etapa do programa vai priorizar cidades da Amazônia Legal e parte do Nordeste


O Governo Federal, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos, está empenhado na modernização e ampliação da infraestrutura de aeroportos regionais em todo o Brasil. Em dezembro, o ministério, liderado pelo ministro Silvio Costa Filho, abriu uma consulta pública para receber propostas sobre o Programa de Investimentos Privados em Aeroportos Regionais, o AmpliAR. A iniciativa tem como objetivo atrair investimentos privados para terminais localizados em regiões estratégicas e com baixa conectividade.

A expectativa do ministério é que os leilões dos aeroportos ocorram no primeiro semestre de 2025. Estima-se que mais de R$ 5 bilhões sejam investidos pela iniciativa privada, beneficiando até 100 aeroportos regionais.

O ministro Silvio Costa Filho ressaltou o compromisso do governo com o fortalecimento da aviação regional.


“Nossa previsão é de que 100 aeroportos sejam construídos ou modernizados nos próximos cinco anos”, afirmou o ministro


“Com o AmpliAR, estados e municípios terão a chance de experimentar os benefícios do programa federal de concessões chegando aos aeroportos regionais. As concessionárias poderão disputar blocos de aeroportos em leilões simplificados, com remuneração garantida por meio do reequilíbrio de seus contratos principais”, afirmou o secretário Nacional de Aviação Civil, Tomé Franca.

Concessões e modernização

O Programa AmpliAR vai permitir que concessionárias assumam a gestão de aeroportos regionais por meio de processos competitivos simplificados. Como contrapartida, as concessionárias terão acesso a mecanismos de reequilíbrio contratual, como redução de outorgas ou extensão de prazos. O principal objetivo é modernizar a infraestrutura dos aeroportos, promovendo maior integração à malha aérea nacional e fomentando o desenvolvimento socioeconômico.


“O AmpliAR tem o potencial de revolucionar a infraestrutura aeroportuária regional no país. A gestão privada garante celeridade, eficiência e segurança na operação. Com aeroportos adequados, haverá redução de custos para as empresas aéreas, o que permitirá maior conectividade e integração no país. Trata-se de um programa que pode resolver gargalos históricos da aviação regional”, explicou o coordenador geral de políticas regulatórias da Secretaria Nacional de Aviação Civil, Daniel Meireles Tristão


A consulta pública está disponível no portal do Governo Federal, Participa + Brasil. Interessados podem enviar contribuições até 17 de janeiro.

Blocos regionais e foco inicial

Na fase inicial do programa, 50 aeródromos localizados na Amazônia Legal e no Nordeste receberão atenção prioritária. Essa etapa abrangerá cidades com maior deficit de infraestrutura aeroportuária. São elas:

Acre: 2 aeroportos
Amazonas: 15 aeroportos
Pará: 11 aeroportos
Rondônia: 4 aeroportos
Tocantins: 1 aeroporto
Mato Grosso: 7 aeroportos
Maranhão: 3 aeroportos
Piauí: 1 aeroporto
Pernambuco: 3 aeroportos
Bahia: 3 aeroportos

O MPor dividiu os investimentos em 11 blocos regionais, priorizando localidades com necessidades mais urgentes. A instalação ou modernização de aeroportos nessas áreas visa superar desafios de transporte e logística, estimular o desenvolvimento econômico e fomentar o turismo, com foco no ecoturismo e no turismo cultural.

“A falta de infraestrutura limita o desenvolvimento econômico local. Muitas dessas cidades enfrentam isolamento geográfico, dificultando o escoamento de produção e restringindo o acesso da população a políticas públicas essenciais”, destacou Silvio Costa Filho.

Sobre o AmpliAr

O Programa faz parte do Plano Aeroviário Nacional (PAN), que identifica aeroportos prioritários, apresenta projeções de demanda, e realiza análises estratégicas sobre investimentos necessários. O plano também estima custos operacionais e receitas associadas a cada infraestrutura aeroportuária, garantindo que os investimentos sejam bem direcionados e sustentáveis, promovendo avanços em mobilidade, logística e desenvolvimento socioeconômico.

Fonte: Agência Gov

Airbus A330 bate asa na pista e se afasta para longe do eixo central em incidente grave em tentativa de pouso

Um incidente grave ocorreu no dia 26 de dezembro com um Airbus A330, durante a aproximação final do jato à pista 35R do Aeroporto de Istambul, na Turquia.

Durante o voo TK-711 da Turkish Airlines, operado pelo Airbus A330-300 de registro TC-JNI, instantes antes do pouso, a asa direita da aeronave entrou em contato com a superfície da pista, levando a tripulação a executar uma manobra de arremetida.

Dados do sistema ADS-B mostram que o avião manteve-se alinhado com a linha central da pista até alcançar a segunda marca de distância, então, o A330-300 desviou-se para a direita, transgredindo cerca de 45 metros (ou 150 pés) além da lateral da pista, antes de reassumir o rumo correto.

A altitude do avião começou a aumentar logo depois do início do desvio à direita. Os pilotos subiram a aeronave para 4.000 pés e realizaram uma nova aproximação, direcionando-se desta vez à pista 34L, onde conseguiram pousar com sucesso e sem incidentes adicionais. Essa segunda tentativa ocorreu aproximadamente 17 minutos após a arremetida inicial.

A Autoridade de Investigação de Acidentes da Turquia (AIB) informou que a aeronave sofreu apenas danos leves e classificou o incidente como grave, demandando uma investigação aprofundada. A aeronave permanece em solo no Aeroporto de Istambul desde aquele dia.

Airbus A330-300 – Imagem apenas ilustrativa – Autora: Anna Zvereva / CC BY-SA 2.0, via Wikimedia Commons

Relatos adicionais recebidos pelo The Aviation Herald apontam que, no momento do contato da asa com a pista, a aeronave estava inclinada em um ângulo de 15 graus para a direita.

Boletins meteorológicos dos horários próximos ao da ocorrência indicam que havia chuva leve, vento de 23 a 24 nós com 50 a 60º de direção, nuvens a 400 pés (122 metros) de altura e visibilidade horizontal de 7.000 metros.

A análise dessa ocorrência se concentrará em identificar desde condições atmosféricas complexas até fatores mecânicos ou humanos envolvidos. Os resultados da investigação da AIB ajudarão a entender as causas subjacentes do incidente, contribuindo para melhorias contínuas na segurança da aviação.

Fonte: Aeroin