Crise na aviação brasileira: Acidentes aéreos disparam e 2024 bate recorde de tragédias

O último ano registrou um crescimento alarmante de desastres aéreos no país, com números que não eram vistos desde 2015


O Brasil vive um dos períodos mais críticos na segurança da aviação. Em 2024, o número de acidentes aéreos disparou, tornando-se o pior ano desde 2015. De acordo com os dados oficiais, foram 175 acidentes registrados, resultando em 44 mortes e cerca de 2.500 incidentes ao longo do ano. O aumento no índice de fatalidades também assusta: 86,3% a mais do que no ano anterior, quase o dobro das 107 mortes registradas em 2023.

Tragédias que marcaram o ano

Entre os acidentes mais impactantes, um dos que mais chocaram o país ocorreu em 9 de agosto, quando o voo 2283 da Voepass Linhas Aéreas caiu no município de Vinhedo, São Paulo, matando todas as 62 pessoas a bordo. O desastre foi o mais letal da aviação brasileira desde 2007, reacendendo debates sobre a segurança operacional no país.

Tendência de alta continua em 2025

Os primeiros meses de 2025 indicam que o problema persiste. Até fevereiro, já foram registrados 30 acidentes, incluindo 8 fatais, além de 247 incidentes e 14 incidentes graves. O número se mantém alarmantemente próximo ao mesmo período de 2024, quando 38 acidentes e 8 mortes já haviam sido contabilizados.

Principais causas dos acidentes

Especialistas apontam que falhas mecânicas e problemas técnicos lideram as causas de acidentes e incidentes. O mau funcionamento de motores foi responsável por 11 quedas registradas no último ano. Além disso, colisões com aves também preocupam, com 927 ocorrências desse tipo sendo reportadas em 2024. Outro fator relevante são as chamadas excursões de pista, quando aeronaves saem do trajeto durante decolagens ou aterrissagens, o que ocorreu sete vezes no ano passado.

São Paulo lidera os números

O estado de São Paulo foi o que mais concentrou ocorrências, com 706 incidentes e 31 acidentes. Além disso, a fase mais crítica do voo tem sido o cruzeiro, quando a aeronave já está estabilizada no ar. Esse momento do voo registrou 44 dos 175 acidentes do ano, enquanto a fase de pouso foi responsável por 39 casos.

Autoridades intensificam investigações

Diante da alta preocupante no número de desastres aéreos, órgãos responsáveis pela segurança da aviação intensificaram as investigações para entender as causas e buscar formas de conter o avanço desses números. Com um início de 2025 que já aponta um cenário semelhante ao do ano passado, a necessidade de medidas urgentes nunca foi tão evidente.

Fonte: ClickRDR

Força Aérea Brasileira garante segurança e vigilância aérea com inovações do DECEA

A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), desempenha um papel crucial na garantia da segurança da navegação aérea. A organização reúne recursos humanos, equipamentos e infraestrutura com a missão de assegurar a segurança e a fluidez de mais de dois milhões de pousos e decolagens por ano.

É responsabilidade do DECEA dotar o País de um sistema de controle de tráfego aéreo integrado, sendo o único no mundo que utiliza a mesma estrutura para as atividades de controle de tráfego aéreo e defesa aérea.

Além disso, o Departamento também possui uma rede de radares e centros de controle espalhados geograficamente, que fornecem, em tempo real, o posicionamento de todas as aeronaves no território nacional.

Defesa Aérea a serviço da soberania e proteção do país

Os controladores de operações aéreas militares executam a vigilância do espaço aéreo 24 horas por dia, sete dias por semana, controlam a aeronave de alerta durante o voo e realizam a defesa aérea permanente das áreas de interesse nacional.

Todo esse esforço soma-se aos mecanismos já existentes na Força Aérea, que emprega radares, satélites e aeronaves com o objetivo de vigiar o espaço aéreo. Muitas dessas estruturas estão estrategicamente localizadas em áreas fronteiriças e têm como missão interceptar qualquer tipo de tráfego ilícito que possa transportar armas, contrabando ou drogas. Assim, impede-se o fluxo ilegal para o território brasileiro, evitando que ele atinja os grandes centros urbanos, o que representa uma das maiores contribuições da FAB em prol da segurança do País.

SALVAERO – Pronta resposta salva vidas

O Brasil se destaca na América do Sul e figura entre os países mais preparados para atender às vítimas de acidentes aeronáuticos e marítimos. Todos esses esforços combinados resultam em uma estrutura capaz de enfrentar os desafios diários do Serviço de Busca e Salvamento Aeronáutico.

Com atuação em uma área de 22 milhões de quilômetros quadrados, grande parte sobre o Oceano Atlântico e a Amazônia, o Sistema de Busca e Salvamento Aeronáutico (SISSAR) tem como objetivo a localização e o socorro de ocupantes de aeronaves ou embarcações em perigo.

Para cumprir sua missão, o SISSAR tem como órgão central o DECEA, responsável pelo planejamento, normatização e supervisão da atividade.

Além dos militares capacitados, o SISSAR conta com aeronaves de tecnologia de ponta para o cumprimento da nobre missão de salvar vidas. Cabe ao Centro Brasileiro de Controle de Missão (BRMCC) verificar os sinais de alerta recebidos de ocupantes de aeronaves ou embarcações em situações de perigo e transmiti-los aos Centros de Coordenação de Salvamento Aeronáuticos (ARCC), conhecidos como SALVAERO, situados nos Quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA) – em Brasília (DF), Curitiba (PR), Recife (PE) e Manaus (AM) – ou aos Centros de Coordenação de Salvamento Marítimo (MRCC), conhecidos como SALVAMAR, que assumem a missão de prestar o serviço de busca e salvamento.

Todas as informações são criteriosamente analisadas e, confirmando a emergência, o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) é acionado para disponibilizar os meios aéreos responsáveis por executar a missão de Busca e Salvamento.

Tecnologia de ponta

O DECEA dispõe de modernos sistemas CNS/ATM (comunicação aeronáutica, navegação aérea, vigilância e gerenciamento de tráfego aéreo) estrategicamente distribuídos no território brasileiro, além de profissionais altamente qualificados para o planejamento, normatização, manutenção, fiscalização e operação das complexas redes de comunicação.

Nos últimos anos, a Força Aérea Brasileira, por meio do DECEA, tem modernizado sua infraestrutura com novos radares e a expansão da cobertura via satélite, melhorando a vigilância e a comunicação no espaço aéreo. Esses avanços proporcionam maior precisão no monitoramento e na resposta a situações críticas.

Atualmente, o DECEA opera uma rede de 7.079 equipamentos em todo o país, garantindo comunicação, navegação e vigilância aérea de forma contínua. Com uma disponibilidade operacional de 99,55%, esses sistemas são mantidos com altos padrões, assegurando a continuidade das operações, mesmo sob alta demanda.

“Os investimentos em tecnologia de ponta permitem à sociedade brasileira usufruir de um sistema de navegação aérea seguro, ágil, eficiente e alinhado às melhores práticas internacionais. Esses serviços são conduzidos por profissionais altamente capacitados e preparados para executar sua missão com excelência”, destacou o Diretor-Geral do DECEA, Tenente-Brigadeiro do Ar Maurício Augusto Silveira de Medeiros.

Fonte: FAB