Caso fortuito gera restituição integral de passagens, diz juíza

O cancelamento de uma viagem por recomendação médica configura caso fortuito e não prejudica a operadora do voo se for comunicado com antecedência.

Com esse entendimento, a juíza Marian Najjar Abdo, da 4ª Vara Cível do Foro Regional de Santo Amaro (SP), determinou o reembolso de R$ 47 mil a uma família que precisou cancelar viagem a Paris.

A decisão atendeu parcialmente à ação movida contra a agência de viagens que vendeu as passagens e as duas companhias aéreas que operaram os voos. Os autores também pediram indenização por danos morais, que foi rejeitada.

Segundo o processo, a família comprou, em dezembro de 2023, seis passagens de ida e volta para a capital francesa. A viagem foi marcada para agosto de 2024, com saída de São Paulo. Contudo, a matriarca foi diagnosticada com câncer no fígado em julho. Por indicação médica, cancelou a viagem para tratar a doença.

Os autores então pediram o cancelamento da viagem e o reembolso do valor 40 dias antes do primeiro voo. As rés negaram a devolução do valor integral. Ofereceram a restituição de 10% da quantia, argumentando que o restante seria usado para abater a multa pelo cancelamento.

A agência de viagens alegou ilegitimidade passiva, pois as políticas de reembolso seriam definidas pelas companhias aéreas. Já a empresa que operava o voo de ida argumentou que o tipo de passagem escolhido pela família não dava direito a cancelamento, que só poderia ser feito até 24 horas depois da compra. Por fim, a segunda companhia aérea alegou ausência de nexo de causalidade por conduta exclusiva da primeira empresa.

Tempo de sobra

Para a magistrada, como a família comunicou a impossibilidade de viajar com mais de 30 dias de antecedência, as empresas teriam tempo suficiente para comercializar de novo as passagens e evitar prejuízo material.

“Ainda que a solicitação tenha partido dos consumidores, é certo que se tratou de caso fortuito, o qual autoriza a restituição integral dos valores, sem incidência de multa, e tendo em vista que o passageiro foi impedido de viajar por fato alheio à sua vontade, com recomendação médica para início de tratamento”, escreveu.

A advogada, diretora jurídica do Instituto de Defesa do Consumidor e do Contribuinte (IDC) e integrante da Comissão de Direito do Consumidor da OAB-SP, Renata Abalém, representou a família na causa.

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Processo 
1069318-13.2024.8.26.0002

Fonte: Conjur

Pilotos de helicóptero da PM do Piauí recebem capacitação em voo por instrumentos com a PMDF

A Polícia Militar do Piauí, por meio da Gerência de Operações Aéreas da Secretaria da Segurança Pública (GOA/SSP-PI) e do Comando de Aviação e Policiamento Aéreo (COPAer), concluiu mais uma etapa de qualificação dos seus profissionais.

A instrução foi ministrada no setor Echo do espaço aéreo do Aeroporto Senador Petrônio Portella, em Teresina, entre os dias 2 e 7 de abril, e capacitou sete pilotos do Batalhão de Operações Aéreas (Bopaer) no tema “Entrada Inadvertida em Condições de Voo por Instrumentos”, em parceria com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF).

Com 23 horas de voo, a capacitação formou três comandantes e quatro copilotos. Para os copilotos, o treinamento é parte obrigatória no processo de obtenção do Cheque de Piloto Comercial de Helicóptero (PCH), representando um importante avanço na formação técnica desses profissionais.

De acordo com o gerente do GOA, coronel Gomes, a capacitação foi planejada para aprimorar a capacidade de resposta das equipes diante de situações adversas. “O objetivo é preparar as equipes para lidarem com situações de tempo deteriorado, garantindo mais segurança nas operações aéreas. Foi uma instrução de altíssimo nível, que vai engrandecer ainda mais a segurança de voo e das operações policiais do nosso Estado”, afirmou.

O curso foi conduzido pelo tenente-coronel Ximenes, piloto e instrutor de voo da PMDF, que destacou a importância da colaboração entre as corporações. “Gostaria de agradecer, em nome da Polícia Militar do Distrito Federal, a confiança da Polícia Militar do Piauí. Para nós, é motivo de orgulho, honra e uma grande satisfação poder contribuir com a formação dos senhores pilotos”, declarou.

Além de fortalecer os conhecimentos técnicos dos pilotos, o treinamento também proporciona maior integração entre tripulações, padronização de procedimentos e atualização de protocolos operacionais.

A iniciativa demonstra o compromisso da PMPI em investir continuamente em formação especializada, reconhecendo que a qualificação constante é essencial para garantir a eficiência, a segurança e a prontidão das operações aéreas em todo o território piauiense.