A Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos tomou medidas após descobrir que alguns encaixes das “Ram Air Turbines” (RAT) do Boeing 787 foram fabricados com titânio inferior, que pode estar sujeito a falhas.
A agência emitiu um aviso de proposta de norma que, se aprovada, exigiria que as companhias aéreas inspecionassem os encaixes. Apenas nove aeronaves 787, incluindo os modelos 787-9 e 787-10, seriam afetadas pela medida.
A RAT é uma pequena turbina eólica que se aciona automaticamente em emergências para gerar energia elétrica e hidráulica usando o ar que entra em alta velocidade durante o voo, garantindo funcionamento de sistemas essenciais caso haja perda total de energia.
No ano passado, surgiram relatos de que algumas aeronaves da Boeing e da Airbus continham titânio não aprovado, proveniente da China e fornecido pela Spirit AeroSystems, que fabrica fuselagens e componentes relacionados para ambos os fabricantes. A Boeing monta os 787 em sua instalação em North Charleston, Carolina do Sul.
Esses relatos vieram à tona em um contexto onde a indústria aeroespacial e outras empresas estavam correndo para encontrar novas fontes de titânio, devido a escassez resultante de sanções ocidentais contra a Rússia, que historicamente tem sido um dos principais fornecedores desse metal.
O novo regulamento proposto pela FAA foi motivado por relatórios que indicam que as notificações de vários fornecedores alertaram sobre a possibilidade de que os revestimentos frontais das turbinas foram fabricados com uma liga de titânio incorreta.
O documento, publicado em 28 de julho afirma que o material de titânio possivelmente utilizado é uma liga de grau 1 ou 2, que é um titânio comercialmente puro e não ligado, apresentando propriedades de resistência, fadiga e tolerância a danos significativamente reduzidas em comparação com a liga de grau 5 Ti-6Al-4V que deveria ter sido utilizada.
A FAA não especifica como o metal não aprovado acabou nos jatos nem nomeia o fornecedor. A FAA alerta que os revestimentos produzidos com o titânio não aprovado “podem falhar quando a RAT for acionada“, deixando as aeronaves sem energia de reserva. Além disso, as turbinas poderiam se desprender e cair da aeronave.
Fonte: Aeroin