Realizados testes em voo do Sistema de Navegação Inercial do Microlançador Brasileiro

O arranjo produtivo nacional responsável pela construção do foguete Microlançador Brasileiro (MLBR) reporta que realizou, em julho, os ensaios em voo do SNI-GNSS, o Sistema de Navegação Inercial (SNI) com integração ao Sistema Global de Navegação por Satélite (GNSS).

Os testes foram realizados em um avião monomotor, tendo como meta principal avaliar o desempenho dos subsistemas em condições reais de voo. Também foi testada a inicialização automática do sistema e a coleta de dados de sensores inerciais em alta frequência, sincronizados ao sinal GNSS.

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O SNI-GNSS tem a função de orientar o veículo durante o lançamento e garantir que satélites sejam colocados em órbita com precisão. GNSS é o conjunto de constelações de satélites que fornecem sinais de posicionamento, navegação e tempo em qualquer parte do mundo. Durante os testes, o receptor GNSS funcionou perfeitamente, enquanto o sistema de navegação acompanhou com precisão a trajetória realizada. Também foi possível medir com sucesso parâmetros essenciais como atitude, velocidades angulares e acelerações.

“Os ensaios em aeronave são uma etapa fundamental entre os testes de laboratório e a operação em voo espacial. Eles permitem validar algoritmos de navegação, integração de subsistemas e construir um banco de dados essencial para engenharia, incluindo informações sobre temperaturas internas, sincronização de sinais e comportamento dos sensores”, explica Ralph Correa, da Cenic Engenharia, empresa líder do projeto.

O desenvolvimento do SNI-GNSS é conduzido pela HORUSEYE TECH, empresa brasileira especializada em sistemas de navegação inercial e soluções aeroespaciais, em parceria com a Concert Space e a CRON.

“O resultado mostra a maturidade técnica que estamos alcançando no Brasil. Cada etapa concluída aproxima o país da meta de ter um lançador próprio, estratégico para a soberania e para a economia espacial”, destaca o CEO da Concert Space, Rafael Mordente.

O MLBR faz parte de uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para a construção de um Veículo Lançador de Pequeno Porte (VLPP) brasileiro. O projeto é conduzido por um arranjo produtivo nacional que integra empresas brasileiras de base tecnológica, como Cenic Engenharia, ETSYS, Concert Space, Delsis e Plasmahub, além de parceiras estratégicas como Bizu Space, Fibraforte, Almeida’s e HORUSEYE TECH.

O projeto é viabilizado por um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB), e tem como foco a realização de missões científicas e o lançamento de satélites para órbita baixa. Reunindo especialistas de diversas áreas da engenharia, representa um passo estratégico em direção à soberania nacional no acesso ao espaço.

“Com o MLBR, o Brasil tem uma possibilidade concreta de colocar, em breve, lançado a partir do território nacional, um satélite em órbita com sucesso”, frisou Ralph Correa. Mais do que um marco técnico, isso pode representar a conclusão da Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), um projeto nacional criado no final dos anos 1970 com o objetivo de tornar o Brasil capaz de desenvolver, lançar a partir de nosso território e operar seus próprios satélites.

O engenheiro destaca que este avanço é fruto de décadas de investimento público, pesquisa científica e, agora, da participação ativa da iniciativa privada no fortalecimento do ecossistema espacial nacional, ao lado de instituições governamentais como o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) e o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).

Características do MLBR

Com 12 metros de altura, 1,1 metro de diâmetro e capacidade para transportar até 30 kg de carga útil em órbita baixa, o MLBR será impulsionado por três motores de propelente sólido.

Entre os diferenciais do projeto estão o uso de tecnologias avançadas de propulsão, sistemas redundantes de segurança e um planejamento rigoroso de operações, que segue padrões internacionais.

Além disso, a estrutura do veículo é feita em fibra de carbono para garantir um sistema mais leve, rápido, eficiente e com alta resistência direcional.

Fonte: Aeroin

Aviação doméstica registra 8,7 milhões de passageiros em agosto e completa 12 meses de alta

A movimentação de passageiros em voos nacionais atingiu a marca de 8,7 milhões de viajantes em agosto de 2025, representando o melhor resultado para o mês desde o início da série histórica e, também, o marco de 12 meses de crescimento contínuo no setor doméstico.

O fluxo nos voos internos aumentou 8,5% na comparação com agosto de 2024. Os números fazem parte da nova atualização do relatório de demanda e oferta da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que traz os dados do ramo desde janeiro de 2000.

Para o ministro do Turismo, Celso Sabino, os números reforçam o bom momento do setor: “Esse crescimento consecutivo demonstra a confiança dos brasileiros em viajar dentro do país, a força da nossa aviação e o impacto positivo que o turismo exerce na geração de emprego e renda em todas as regiões”, aponta Sabino.

O levantamento também aponta que São Paulo se consolida como o principal hub aéreo do país, concentrando as principais rotas nacionais. Entre janeiro e agosto de 2025, o trajeto São Paulo-Rio de Janeiro registrou 4,7 milhões de passageiros, seguido das rotas São Paulo-Paraná (4,4 milhões) e São Paulo-Santa Catarina (3,8 milhões).

APOSTA NO VERÃO – O cenário positivo do turismo brasileiro proporciona que companhias aéreas apostem na ampliação do número de voos para a alta temporada de verão no país. Pelo menos 111 mil viagens serão ofertadas pelas principais empresas do setor que operam rotas nacionais, favorecendo a movimentação de viajantes no país.

INCENTIVO – O bom momento reforça a importância de políticas públicas que incentivem viagens de brasileiros no país. O programa “Conheça o Brasil: Voando”, coordenado pelo Ministério do Turismo e executado em parceria com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), é uma das iniciativas. A proposta busca aumentar a conectividade aérea entre os destinos nacionais, especialmente os regionais; elevar a quantidade de visitantes circulando pelo país e estimular a geração de negócios no setor.

Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo