22 metros e 20 toneladas: conheça o foguete que o Brasil vai lançar em dezembro

O Brasil está a um passo de ingressar de vez no mercado global de lançamentos espaciais. E, como costuma acontecer em projetos desse porte, a estreia chega cercada de expectativa, avanços tecnológicos — e novos adiamentos. A Força Aérea Brasileira (FAB) e a sul-coreana Innospace remarcaram para 17 de dezembro a tentativa de lançamento do HANBIT-Nano, foguete que deve entrar para a história como o primeiro veículo espacial comercial lançado a partir de território nacional.

A chamada Operação Spaceward, agora estendida até 22 de dezembro, representa um marco para o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e, segundo integrantes do governo, um passo estratégico para transformar a base em um espaçoporto competitivo no cenário internacional.

Mas, afinal, que foguete é esse? O que ele leva? E por que essa missão importa? O Money Times destrincha os detalhes.

Um lançamento que muda o jogo para o Brasil

O HANBIT-Nano inaugura a primeira operação comercial coordenada pela FAB em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB). Pela primeira vez, satélites brasileiros e estrangeiros serão inseridos em órbita a partir de solo nacional em uma missão comercial.

O novo adiamento — o segundo desde novembro — foi motivado por ajustes técnicos, incluindo:

  • análise do processamento de sinais coletados pelo veículo;
  • testes adicionais no sistema de aviônica;
  • avaliações de desempenho do motor e dos sistemas de controle.

Segundo a FAB, esse tipo de revisão é comum em lançamentos inaugurais, nos quais cada componente precisa atingir confiabilidade máxima antes do voo.

O foguete do Brasil

O HANBIT-Nano LiMER é um lançador de dois estágios voltado ao envio de nanossatélites para órbitas baixas.

Embora compacto, o veículo integra uma categoria de lançadores que cresce rapidamente: foguetes menores, de menor custo e focados no mercado de satélites leves, um dos segmentos que mais avançam na indústria espacial global.

O que vai a bordo: ciência brasileira e cooperação internacional

A missão levará cinco satélites e três experimentos tecnológicos, desenvolvidos por instituições e empresas do Brasil e da Índia.

Jussara-K — Maranhão no espaço

Criado pela UFMA em parceria com startups e instituições locais, o satélite reúne:

  • sensores ambientais voltados a áreas remotas;
  • comunicação com plataformas de coleta de dados instaladas em Alcântara.

O nome é inspirado no fruto juçara, típico do Maranhão.

FloripaSat-2A e 2B — tecnologia nacional em órbita

Desenvolvidos pelo SpaceLab da UFSC, os satélites vão testar:

  • uma nova plataforma modular brasileira de nanossatélites;
  • sistemas de comunicação baseados em LoRa, tecnologia de baixo consumo amplamente usada em IoT.

Será a primeira vez que uma plataforma completa projetada inteiramente pelo laboratório é testada em voo.

Sistema Nacional de Navegação Inercial (SNI)

Um dos equipamentos-chave da missão, o SNI foi desenvolvido por empresas brasileiras (Concert Space, Cron e HORUSEYE Tech), em parceria com a AEB.

Ele será levado como carga útil para:

  • validar seu comportamento em voo real;
  • permitir certificação futura para uso em lançadores nacionais.

Essa qualificação é considerada essencial para ampliar a autonomia tecnológica do país.

Por que Alcântara importa tanto

O CLA é reconhecido como um dos melhores pontos do mundo para lançamentos orbitais, graças à proximidade da linha do Equador — o que reduz gasto de combustível e aumenta eficiência.

Até poucos anos atrás, entretanto, o Brasil não podia realizar lançamentos comerciais com tecnologia estrangeira. Isso mudou em 2019, com a assinatura do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) com os Estados Unidos.

O acordo:

  • protege tecnologias norte-americanas e brasileiras;
  • autoriza operação de empresas privadas na base;
  • mantém Alcântara sob jurisdicação exclusiva do Brasil.

Com o cenário regulatório destravado, a AEB abriu em 2020 um edital para selecionar operadores comerciais — e a Innospace foi uma das habilitadas.

O que esperar agora

Se o lançamento finalmente ocorrer em 17 de dezembro — e, até o momento, tudo indica que o calendário está mantido — o Brasil dará seu passo mais concreto rumo ao mercado espacial comercial, abrindo espaço para novas parcerias, investimentos e oportunidades tecnológicas.

Fonte: Fab

Anac realiza webinário sobre nova IS de autorização de drones

Servidores da Agência apresentarão os principais pontos da IS E94-004 e responderão dúvidas sobre a norma


A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizará, no dia 1º de dezembro, webinário sobre a Instrução Suplementar (IS) nº 94-004. O evento começará às 14h e será transmitido pelo canal da Anac no YouTube. 

Ao longo do webinário, servidores da Agência explicarão o conteúdo da nova norma e os seus diferenciais em relação ao procedimento antigo. Ao final, haverá um momento de perguntas e respostas. 

A IS nº E94-004 estabelece uma alternativa opcional à IS nº E94-001 para a condução de processos de autorização de projeto de drones aplicáveis às operações SAIL I ou II, segundo a metodologia de avaliação de risco operacional específico (SORA, na sigla em inglês). Na prática, o projeto se tornará declaratório e mais ágil. 

SERVIÇO 
Webinário sobre a IS E94-004 
Quando: 1º de dezembro de 2025, às 14h 
Onde: Canal da Anac no YouTube 

Assessoria de Comunicação Anac 

Aviação mira voos mais limpos em meio à pressão climática

Nas próximas décadas, o setor deve se remodelar com aeronaves de baixa ou zero emissão de CO₂


Foi durante suas regatas pela bacia de La Rochelle, uma das cidades portuárias da Nova Aquitânia, a cerca de 470 quilômetros de Paris, na França, que o então velejador Arthur Léopold-Léger teve uma ideia que, de tão boa, parecia já existir — produzir aviões com os mesmos materiais usados para construir barcos. 

Na época, Léopold-Léger preparava-se para cruzar o Atlântico, competindo na famosa corrida Mini Transat — que sai da costa francesa em direção ao Caribe —, com um pequeno veleiro construído por ele mesmo a partir de lâminas inteiriças de carbono. Como são mais leves e não dependem da junção de muitas peças, tornam o barco mais suscetível aos ventos, mas sem perder a segurança e a resistência. “É quase como se voasse sobre a água”, afirma o velejador. 

Engenheiro aeroespacial, Léopold-Léger contou a ideia para um colega de formação, na Kingston University, em Londres, Inglaterra, Cyril Champenois. Então, com a ajuda de outro engenheiro, Nicolas Mahuet, eles juntaram aproximadamente 50 mil euros (cerca de R$ 320 mil) e enfurnaram-se na garagem da casa de Léger para materializar o projeto. Eram meados de 2015. 

Dois anos depois, o avião dos três — batizado de Elixir, com espaço para duas pessoas — voou sobre La Rochelle em um teste privado. Dali em diante, as coisas decolaram na mesma velocidade — a certificação da Agência Europeia para a Segurança da Aviação (Easa, na sigla em inglês) saiu em 2020, abrindo caminho para as primeiras encomendas, que hoje já chegam a centenas, quase todas da França, mas também da Inglaterra, de Portugal e dos Estados Unidos. A empresa, também chamada Elixir, tem uma lista de pedidos até 2029, engrossada pela recém-certificação para operar no país norte-americano, principal mercado de aviação comercial do mundo. 

O segredo do carbono 

O sucesso é explicado, sobretudo, pelo método de produção da fuselagem com carbono. “É intrigante ver como aviões não têm tantas inovações se comparados com outras tecnologias, como o telefone”, observa Nicolas de Lassus, head de negócios da Elixir. A reportagem da Revista Problemas Brasileiros (PB) visitou a fábrica da empresa, em La Rochelle, a convite do banco BNP Paribas, um dos financiadores do projeto — e da própria Elixir. “As aeronaves de uso comercial ainda são feitas de metal, como eram produzidas há 30 anos. Embora seja o material que pavimentou a aviação, ainda é um dilema do ponto de vista da sustentabilidade”, completa Lassus. 

É insustentável, uma vez que um modelo tradicional de aeronave de dois lugares, como da marca estadunidense Cessna, por exemplo, pesa em torno de 800 quilos. É um dado definitivo, porque quanto mais pesado, mais caro é voar. Nesse caso, a média de consumo de um Cessna — ou de outros modelos semelhantes — é de 40 litros de combustível aeronáutico a cada hora, o equivalente a um gasto de US$ 170 (R$ 935) por hora de voo. Entram nessa conta fatores que vão desde a aerodinâmica até a potência das turbinas. 

Como o Elixir é produzido com material mais leve que o metal, uma peça grande de carbono, Léopold-Léger e seus colegas conseguiram diminuir à metade o peso da aeronave e, assim, baratear as horas de voo — diminuindo também as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) do avião em uma única tacada. A empresa diz que seus aviões consomem 12 litros de gasolina comum por hora de voo, ou US$ 60 (R$ 322) por hora. É por isso, inclusive, que a maioria dos clientes é formada por escolas de formação de pilotos. “Custo operacional e segurança são duas demandas dessas instituições, e nós conseguimos resolver ambas, de alguma forma”, ressalta Lassus. 

Do ponto de vista ambiental, significa reduzir em, pelo menos, 70% o volume de emissões de dióxido de carbono (CO2) da aeronave, o maior responsável pelo aquecimento global. Um Cessna semelhante emite 88 quilos de CO2 por hora. 

Foi essa possibilidade que despertou o interesse do governo francês, que, em 2021, lançou uma grande agenda voltada para a descarbonização da economia do país por meio de investimentos em empresas e setores com iniciativas em curso. A ideia era colocar dinheiro em projetos que fornecessem caminhos verdes, sobretudo para a Indústria. A France 2030, como foi batizada, inspirou outras agendas ao redor do mundo, como a Agenda Verde da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), por exemplo. 

No caso da aviação, a meta da agenda é conseguir, até 2030, construir um avião de baixa ou nenhuma emissão de CO2, o que deve ser atingido pela Elixir. Há ambições para produzir reatores modulares, veículos elétricos e biomedicamentos “made in France”. Tudo em linha com a meta europeia, ainda pendente de revisão, de reduzir as emissões de GEE em 40% até 2030, em comparação com o ano de 1990 — o número deveria ser atualizado antes da 30ª Conferência sobre Mudanças Climáticas (COP30) da Organização das Nações Unidas (ONU), mas discordâncias entre os países-membros impediram esse ajuste. 

A Embraer, empresa brasileira que já forneceu cerca de 9 mil aviões desde que foi fundada, planeja ter modelos carbono zero até 2050, seguindo as metas das agências do setor. A francesa Airbus, por exemplo, segue o mesmo objetivo. 

Incentivo estatal 

Há dois anos, responsáveis pela France 2030 procuraram a Elixir, interessados em injetar dinheiro no negócio. “Eles já conheciam o mercado”, justifica Champenois, ao ser questionado a respeito do motivo de o governo escolher a empresa em um mercado relativamente dinâmico. Cerca de 13 milhões de euros (R$ 82 milhões) foram despendidos até agora pela França para a companhia construir outras plantas em La Rochelle e nos Estados Unidos, com mais 13 milhões de euros reunidos a partir de uma rodada privada de negócios. “Há muita expectativa no que está sendo feito aqui”, observa Lassus. “Imagina que, com 12 litros de gasolina por hora de voo, esse avião gasta menos do que um carro para fazer uma viagem de média distância, e emitindo menos gases ainda”, continua. 

Lassus chegou a trabalhar no Brasil durante o processo de compra de 36 caças militares pelo governo brasileiro para a Força Aérea, em 2009. À época, ele esforçava-se para convencer o País a escolher a opção da francesa Dassault, mas, em 2013, a decisão foi pelo modelo Gripen da sueca Saab. 

A tecnologia das peças de carbono é tratada como segredo industrial. Há uma fábrica própria apenas para produzi-las, ao lado do galpão da Elixir, no aeroporto de La Rochelle, onde apenas o pessoal autorizado pode entrar. Recentemente, quando a empresa instalou-se nos Estados Unidos, houve uma discussão sobre se as peças poderiam ser fabricadas lá — e a decisão, em razão do segredo, foi manter a produção apenas na França. 

Escalar para decolar

Mas, apesar das promessas do projeto, um dos poucos da France 2030 que já estão no mercado, há limites nesse processo. Um deles está em escalar a produção, a partir do carbono, para aviões maiores, utilizados pelas companhias aéreas comerciais. Outra questão importante é a de emissões — em 2023, para se ter uma ideia, a aviação respondeu por significativos 2,5% do total de emissões globais de CO2, segundo dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). “Esse é um aspecto para o qual o setor aéreo como um todo ainda não encontrou uma solução”, pontua Richard Roas, que trabalhou por quase sete décadas nos projetos de outra gigante aeroespacial francesa, a Safran, sediada em Paris. 

Também engenheiro de formação, Roas entende que, por um lado, as empresas do setor estão investindo mais recursos em métodos para diminuir as emissões. Mas, por outro, o mercado ainda gira muito em torno da aviação tradicional, “porque, nele, a segurança ocupa um lugar muito diferente de outras indústrias”, aponta, explicando que baixar o peso de um avião pode significar melhores métricas de sustentabilidade, porém afeta algumas outras funcionalidades. “É uma equação complexa”, completa. “Enquanto isso, podemos formar pilotos com uma pegada mais baixa de carbono”, reforça Champenois. 

Outro dilema é a viabilidade do mercado. “Tem sido comum ouvir, na Europa, sobre projetos em diferentes setores que buscam criar métodos de produção de caráter ‘verde’. Na aviação, ainda mais. Há empresas alemãs, holandesas, há um monte de companhias francesas, todas com ideias muito interessantes. Mas elas não necessariamente chegam ao mercado — ou, quando chegam, nem sempre têm sucesso”, explica Roas. 

Ele cita o exemplo da alemã Lilium, fundada em 2015 com planos de construir aviões elétricos. Na época, o frisson com o projeto fez a empresa chegar a juntar 1,5 bilhão de euros (R$ 6 bilhões) em investimentos. Dez anos depois, e somando um histórico de resgate de outros milhões de euros, está falida. 

Na contramão, Lassus aposta tanto em mercados já estabelecidos quanto em emergentes, como o Brasil. Há alguns meses, durante uma feira do setor nos Estados Unidos, ele ouviu de um brasileiro que o modelo da Elixir “transformaria o Agronegócio” do País. “Se a demanda for por aviões pequenos, de baixo custo e seguros, então, ele está certo. E, desde então, estamos avaliando vender no Brasil”, revela. E conclui: “Afinal, é o Brasil que pode liderar essa agenda”.

Fonte: Fecomercio

Ibama promove o 1º Encontro Brasileiro de Aviação Pública Não Tripulada

Evento reúne, em Brasília (DF), mais de 100 instituições para discutir o uso de aeronaves remotamente pilotadas no setor públicoCompartilhe:


Começou, na terça-feira (25), o 1º Encontro Brasileiro de Aviação Pública Não Tripulada, na Academia Nacional de Polícia, da Polícia Federal, em Brasília (DF). Promovido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em parceria com a Polícia Federal, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás, a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o evento marca a primeira iniciativa para reunir instituições públicas que utilizam Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARPs) no país.O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, fala na abertura do evento

Com programação até 28 de novembro, o encontro reúne representantes de 113 instituições e conta com fóruns, mesas-redondas, palestras técnicas e oficinas. A iniciativa visa promover trocas de experiências, identificar desafios comuns, atualizar conhecimentos sobre avanços tecnológicos e debater o futuro da aviação não tripulada no setor público, tendo como princípios norteadores a eficiência e a segurança operacional.

Participaram da abertura diversas autoridades, dentre elas o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho; o diretor de Ensino da Academia Nacional de Polícia Substituto, Gustavo Alexandre Alencar Barros; o chefe da Terceira Seção da 3ª Subchefia do Estado-Maior da Aeronáutica, Coronel Aviador Alexandre de Carvalho Ribeiro; o superintendente de Padrões Operacionais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Bruno Diniz Del Bel; o subcomandante regional do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, Major Maurílio Correia Cesar; o chefe do Serviço de Ensino Operacional da Academia Nacional de Polícia, Jairo Costa de Oliveira; e o professor da UFSCar Paulo Guilherme Molin, que é um dos membros da comissão organizadora.

A programação do primeiro dia trouxe temas como inovações na regulamentação do acesso ao espaço aéreo, metodologia SORA, aerofotogrametria com drones, planejamento e controle de voo, uso de inteligência artificial na análise de dados geoespaciais e demonstrações práticas, incluindo apresentação de sistema portátil de detecção de drones e atividade de busca e salvamento com câmera termográfica.

Ao final do encontro, pretende-se criar Câmaras Técnicas para dar continuidade aos encaminhamentos discutidos nos debates e na plenária de encerramento, consolidando um ambiente colaborativo para o avanço das operações com aeronaves remotamente pilotadas no âmbito governamental.

Fonte: Anac

Outubro bate novos recordes no transporte aéreo de passageiros

Viagens nacionais registraram mais de 9 milhões de passageiros, marca superada em apenas três outros meses desde 2000


A aviação civil brasileira continua quebrando recordes. Em outubro de 2025, as viagens aéreas nacionais atingiram não só a maior movimentação em um mês de outubro desde janeiro de 2000, quando iniciou a série histórica, mas o quarto maior volume mensal já registrado: mais de 9 milhões de passageiros domésticos transportados.  

Esse total só foi superado em janeiro de 2015 e 2020, ambos com 9,3 milhões de passageiros movimentados, e em julho de 2025, que também ultrapassou a marca de 9 milhões de viajantes. O resultado ficou 9,1% acima do registrado em outubro de 2024. 

Além disso, o setor internacional também teve seu recorde de movimentação para o mês, com 2,3 milhões de passageiros voando para o exterior. O crescimento é de 9,3% em relação a outubro do ano passado.  

No total, passaram pelos aeroportos brasileiros 11,3 milhões de viajantes, um aumento de 9,1% em relação a outubro de 2024. Os dados estão disponíveis na nova atualização do relatório de demanda e oferta da Anac, que agora dispõe dos números do setor até o mês de outubro de 2025. 

Os resultados positivos ainda se refletem nos dados de demanda (medida pela multiplicação de passageiros pagantes por quilômetros percorridos) e oferta (mensurada pela multiplicação de assentos disponíveis por quilômetros voados). 

A demanda doméstica cresceu 9,7% comparada à registrada em outubro do ano passado, enquanto o aumento auferido na oferta doméstica foi de 8,4%. Já a demanda internacional cresceu 10% em relação ao mês de outubro de 2024, enquanto a oferta internacional registrou aumento de 8,8%. O crescimento total dos dois indicadores em outubro foi de 9,9% na demanda e 8,6% na oferta. 

O transporte de cargas, por outro lado, apresentou redução. Foram transportadas 41,1 mil toneladas de carga doméstica (-7,4% em relação a outubro de 2024) e 78,1 mil toneladas de carga internacional (-7,8%). No total, foram 119,2 mil toneladas, queda de 7,7% comparado a outubro de 2024. 

Assessoria de Comunicação Social da Anac 

NFL está ansiosa por voos com jatos supersônicos para viabilizar a expansão da Liga na Europa

A National Football League (NFL), principal liga esportiva dos Estados Unidos, está explorando o uso de jatos supersônicos como solução para superar o grande desafio logístico que impede a expansão permanente da liga na Europa: o tempo de viagem.

A ideia é que a redução drástica nos tempos de voo permita a criação de franquias europeias viáveis, minimizando o desgaste físico e mental dos atletas causado por longas viagens transatlânticas.

Nos últimos anos, a NFL tem ampliado sua presença internacional com partidas regulares em Londres, Frankfurt, Munique, São Paulo e, recentemente, Madrid.

Embora esses jogos pontuais tenham revelado um público entusiasmado, a operação de franquias fixas enfrenta obstáculos logísticos significativos.

Uma equipe baseada em Londres, por exemplo, teria que lidar com viagens semanais de até 7 a 8 horas para os Estados Unidos, provocando jet lag, fadiga e comprometendo o desempenho dos jogadores.

É nesse contexto que entram os jatos supersônicos, capazes de reduzir o voo entre Nova York e Londres de quase oito horas para cerca de 3,5 horas. Essa diminuição significativa do tempo de viagem contribuiria para que os atletas se recuperem mais rapidamente, mantendo seu desempenho ideal.

Além dos benefícios para os jogadores, a redução de tempo facilitaria a logística para técnicos, equipe técnica e mídia, tornando possível estabelecer calendários de jogos mais consistentes e menos extenuantes. Isso abriria caminho não só para uma franquia, mas potencialmente para uma divisão europeia completa da NFL.

O uso de aviões supersônicos enfrenta barreiras regulatórias, especialmente nos EUA, onde voos supersônicos sobre terra são proibidos devido ao impacto sonoro do estrondo sônico. Contudo, iniciativas como o programa “Quesst” da NASA, em parceria com a Lockheed Martin, buscam desenvolver aeronaves que minimizem esse ruído, com testes programados para 2026 que podem convencer a FAA a revisar as regras.

Embora ainda demore para ver times da NFL cruzando o Atlântico na velocidade do som, a convergência entre a expansão global do esporte e os avanços na aviação rápida representa uma transformação potencialmente revolucionária para a logística esportiva mundial.

Fonte: Aeroin

FAB participa de simpósio internacional sobre combate a incêndios florestais e reforça cooperação no AEROFIRE

O evento reúne especialistas, pesquisadores, gestores públicos, integrantes das Forças Armadas, Corpo de Bombeiros, organizações não governamentais e representantes da iniciativa privada, com o objetivo de promover inovação, cooperação e preparação estratégica para enfrentar os incêndios florestais. O encontro ocorre na Escola Superior de Defesa (ESD), em Brasília (DF).

Na abertura, a Comandante da ESD, Major-Brigadeiro Médica Carla Lyrio Martins, destacou que o AEROFIRE é o primeiro evento dessa magnitude a integrar organismos nacionais e internacionais, tornando-se uma iniciativa necessária diante dos desafios globais.

“Representa, sobretudo, a cooperação entre a academia e as organizações da ‘linha de frente’, que, juntas, fortalecem o diálogo sobre temas relacionados ao trinômio segurança, desenvolvimento e defesa e sua relação com as mudanças climáticas, em especial os incêndios florestais”, afirmou.

Durante o simpósio, o Coronel Aviador Bruno Pedra, do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), apresentou o exercício combinado Cooperación XI, que pela primeira vez será realizado no Brasil. A atividade ocorrerá em março de 2026, na Base Aérea de Campo Grande (BACG), reunindo Forças Aéreas e organismos de Defesa das Américas para treinar a integração de comando e controle em cenários de desastre.

“O simpósio foi uma oportunidade importante para mostrar que o cenário escolhido para o Cooperación reflete um tipo de desastre que vem aumentando na região. Incêndios florestais matam, afligem as nações, impactam o meio ambiente e a economia”, afirmou.

Capacidade do KC-390 Millennium no combate a incêndios – O Major Aviador Anderson Dias Santiago, do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa (1º GTT) – Esquadrão Zeus –, sediado em Anápolis (GO), apresentou o emprego do sistema de combate a incêndios em voo do KC-390 Millennium.

Ele destacou que o simpósio favoreceu a integração entre diferentes cenários de atuação no enfrentamento aos incêndios florestais e permitiu demonstrar as capacidades da aeronave, que pode lançar mais de 12 mil litros de água por surtida. “Expor essas capacidades a todos os envolvidos amplia a consciência situacional para futuras tomadas de decisão e contribui para aprimorar nossa efetividade no combate a incêndios no país e, até mesmo, em nível internacional”, explicou.

Ainda no painel sobre cooperações internacionais, o Coronel Aviador Glauco dos Santos Cândido, da Junta Interamericana de Defesa (JID), sediada nos Estados Unidos, apresentou o tema “Mecanismo de Cooperação para Desastres (MECODE)”. “As práticas discutidas podem ser incorporadas a processos futuros para aliviar o sofrimento de populações que enfrentam desastres ao redor do mundo”, observou.

O simpósio integra o projeto “Defesa e Mudanças Climáticas: Interconexões e Dinâmicas Geopolíticas no Âmbito do Entorno Estratégico Brasileiro”, vinculado ao programa Pró-Defesa V, desenvolvido em parceria entre o Ministério da Defesa e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). A realização contou ainda com apoio da Universidade de Brasília (UnB), da Universidade da Força Aérea (UNIFA) e de instituições nacionais e estrangeiras dedicadas ao combate a incêndios.

Fonte: Fab

EMBR3 em alta: números explosivos revelam por que a Embraer vive seu melhor momento em anos

Com caixa líquido positivo, demanda crescente e avanços tecnológicos, a Embraer reforça sua posição global e acende o alerta de oportunidade para investidores em EMBR3.


A Embraer encerrou 2024 em seu momento mais sólido da última década. Com um crescimento robusto no fluxo de caixa, avanço do backlog, melhora do rating e diversificação do portfólio, a companhia consolida seu nome entre as principais forças da aviação comercial, executiva e de defesa. Para o investidor, os números apresentados no formulário 20F e no balanço anual reforçam a atratividade da EMBR3 no mercado.

Estrutura financeira ganha tração com ativos fortes e patrimônio em expansão

O ano de 2024 foi marcado por uma evolução relevante nos ativos e no patrimônio líquido da Embraer. Os ativos totais somaram US$ 11,8 bilhões, enquanto o passivo encerrou o período em US$ 8,5 bilhões, resultando em patrimônio líquido de US$ 3,3 bilhões — um avanço consistente frente aos anos anteriores.

O desempenho foi impulsionado pelo aumento da carteira de pedidos, pela geração expressiva de caixa operacional e pela capacidade da companhia de manter uma gestão financeira equilibrada mesmo em um setor altamente volátil.

Liquidez robusta: caixa supera dívida e garante fôlego para expansão

A Embraer fechou 2024 com US$ 2,55 bilhões em caixa, equivalentes e aplicações, superando o endividamento bruto e resultando em posição de caixa líquida de US$ 59,9 milhões.
O perfil do endividamento também se destaca por:

  • 93,6% das dívidas denominadas em dólar
  • Maioria atrelada a taxas fixas
  • Concentração de obrigações no longo prazo
  • Acesso a uma linha de crédito rotativo de US$ 1 bilhão, ainda não utilizada

A estrutura reduz o risco cambial, traz previsibilidade e reforça a imagem de solidez — fatores que contribuíram diretamente para a obtenção do grau de investimento pelas principais agências de rating.

Fluxo de caixa dispara 41% e abre espaço para novos investimentos

O fluxo de caixa operacional atingiu US$ 8,612 bilhões, alta de 41% em relação a 2023.
Esse salto permitiu que a Embraer ampliasse liquidez, fortalecesse sua capacidade de investimento e aumentasse a segurança operacional diante das incertezas globais.

Backlog histórico de US$ 26,3 bilhões reforça demanda crescente

A carteira de pedidos firmes, o famoso backlog, atingiu US$ 26,3 bilhões, avanço expressivo ante:

  • US$ 18,7 bilhões (2023)
  • US$ 17,5 bilhões (2022)

A distribuição por segmento reforça a diversificação estratégica:

  • 38,7% – Aviação comercial
  • 28% – Aviação executiva
  • 17,5% – Serviços e suporte
  • Demais – Defesa, mobilidade aérea e projetos tecnológicos

O backlog crescente é um dos principais indicadores de previsibilidade e segurança para os próximos ciclos de receita.

Presença global, tecnologia de ponta e novas frentes de receita

A Embraer amplia investimentos em inovação com projetos como:

  • Eve Air Mobility – aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOL)
  • Parceria com Saab para produção do Gripen no Brasil
  • Expansão internacional via subsidiárias e aquisições

Em 2024, a empresa investiu US$ 540 milhões em Portugal para montar aeronaves para países da OTAN, reforçando sua presença europeia.
Simultaneamente, a Desaer — fundada por ex-integrantes da Embraer — investiu R$ 80 milhões em Minas Gerais, fortalecendo o ecossistema aeroespacial brasileiro.

Volatilidade das ações EMBR3: o que influencia o preço dos ativos

O comportamento das ações EMBR3 segue sensível a vários fatores:

  • Recuperação pós-pandemia
  • Demanda global por aeronaves
  • Cancelamento da joint venture com a Boeing em 2020
  • Avanços tecnológicos e projetos futuros
  • Resultados trimestrais
  • Evolução do backlog
  • Rating de crédito

A oscilação reforça a necessidade de acompanhamento constante de relatórios financeiros e mudanças estratégicas.

Cálculo estatutário indica valor mínimo estimado para EMBR3

Segundo o próprio estatuto e o formulário 20F, em caso de OPA obrigatória, o valor mínimo das ações deve ser calculado com base em múltiplos internos, PLOG e EBITDA, acrescido de prêmio de 50%.

Com backlog de US$ 26,3 bilhões e EBIT médio de US$ 799,6 milhões, o valor mínimo estatutário seria de:

→ R$ 32,09 por ação

Não se trata de valuation de mercado, mas de um preço mínimo obrigatório em mudança de controle.

Perspectivas: solidez, inovação e desafios pela frente

A Embraer demonstra:

  • Forte geração de caixa
  • Crescimento do backlog
  • Expansão internacional
  • Investimentos intensos em novas tecnologias
  • Avanços na aviação elétrica
  • Parcerias estratégicas de peso

No entanto, a empresa enfrenta desafios como:

  • Competição global acirrada
  • Sensibilidade a fatores macroeconômicos
  • Litígios internacionais
  • Ciclos longos da indústria aeroespacial

Ainda assim, o cenário indica uma Embraer preparada para novas oportunidades e sustentada por fundamentos sólidos.

Fonte: https://opetroleo.com.br/

Sobrinho-neto de Santos Dumont mantém viva a paixão pela aviação

Paulo Villares, engenheiro e empresário com trajetória, cresceu cercado por histórias e motores de avião


aviação não é apenas uma paixão na família Villares, é um legado. Paulo D. Villares, engenheiro e empresário com trajetória marcante na indústria brasileira, cresceu cercado por histórias e motores de avião. Não por acaso: seu avô Carlos Villares era casado com Gabriela Dumont, irmã de Santos Dumont, o pai da aviação.

Em casa, o inventor era carinhosamente chamado de “tio Alberto”, uma figura que simbolizava criatividade, coragem e amor pelo progresso, valores que atravessaram gerações.

Desde a infância, Paulo foi guiado por esse espírito. Aos 11 anos, já acompanhava o pai, Luiz Dumont Villares, em voos pelo litoral paulista, pousando na praia de Bertioga para “comer camarão e voltar antes da maré subir”.

Aos 17, tirou seu brevê antes mesmo da carteira de motorista e nunca mais deixou de voar. Tornou-se piloto de planador e, mais tarde, de avião, acumulando décadas de experiências nos ares.

Uma dessas experiências quase lhe custou a vida. Em 1962, durante um voo de planador, Paulo sofreu um grave acidente após colidir com eucaliptos ao tentar evitar outro piloto em seu primeiro voo solo. Fraturou a coluna e ficou 80 dias imobilizado. Mesmo assim, voltou a voar depois da recuperação e já pilotou todo tipo de avião.

Hoje, aos 90 anos, Paulo segue transmitindo essa paixão para os netos, que também se encantaram com o universo da aviação. Entre voos, histórias e memórias, ele mantém vivo o legado de Santos Dumont de sonhar alto.

Mais do que um hobby, a aviação representa para Paulo D. Villares a síntese do espírito inventivo brasileiro, que une técnica, coragem e curiosidade.

Em tempos de desafios industriais e tecnológicos, sua trajetória mostra como a herança de Dumont continua inspirando novas gerações a olhar para o futuro com as asas abertas.

Fonte: R7

Anac autoriza Air Transat a operar voos internacionais regulares de e para o Brasil

Companhia canadense passa a integrar o grupo de empresas estrangeiras aptas a oferecer serviços regulares no país


AAgência Nacional de Aviação Civil (Anac) publicou nesta sexta-feira, 14 de novembro, a Portaria nº 18.249/2025, autorizando a empresa canadense Air Transat A.T. Inc. a operar voos regulares internacionais de carga e passageiros no Brasil. serviços de transporte aéreo internacional regular de carga e passageiros com origem e/ou destino no Brasil. 

A autorização foi concedida após a companhia cumprir todos os requisitos regulatórios previstos pela Agência, incluindo a demonstração de capacidade operacional e a conformidade com os padrões de segurança exigidos. Com isso, a Air Transat já poderá definir rotas, frequências e demais detalhes operacionais de seus voos, assim como articular a implantação das rotas com aeroportos brasileiros. 

A entrada da Air Transat no mercado brasileiro reforça o compromisso da Anac em estimular a concorrência no setor aéreo brasileiro, em ampliar a conectividade internacional e em oferecer mais opções de transporte para os passageiros que viajam entre o Brasil e o exterior. 

Fonte: Anac