O Botafogo não esqueceu do “traumático” voo que levou o time até o Catar, onde foi eliminado da Copa Intercontinental no primeiro jogo. O time carioca utilizou um Boeing 767-300ER para voar do Rio de Janeiro até Doha com uma escala no Marrocos, num voo que durou quase 18 horas, enquanto o voo direto dura 14 horas.
A aeronave utilizada é operada pela Omni Air International, mas de propriedade do New England Patriots, time de futebol americano da NFL, do qual o proprietário possui amizade com John Textor, dono do Botafogo. O fretamento teria sido feito por um preço “amigo”, mas o Botafogo alega que a aeronave prometida não foi a escalada para o voo.
Segundo o UOL, o contrato seria para uma aeronave com 60 poltronas totalmente reclináveis, do tipo assentos-cama, que são padrão nas classes executivas das grandes companhias aéreas do mundo. Porém, como o AEROIN já tinha adiantado, a aeronave tem uma configuração normal para voos domésticos herdada da antiga operadora, a American Airlines.
O 767-300ER do “Pats” tem uma seção com a disposição de assentos 2-2-2 (6 por fileira) e o restante do jato está na disposição 2-3-2, típica do 767. Em nenhum espaço existe uma área com assentos maiores que viram cama, que são dispostos no 767 na configuração 1-2-1 (4 por fileira).
Na época, os jogadores já haviam reclamado da aeronave, e alguns dormiram ocupando três assentos de uma vez e outros tentaram descansar no chão, mas foram retirados pelos comissários por questão de segurança.
Por outro lado, alguns torcedores e também rivais trataram a situação como “frescura”, já que os jogadores da NFL são mais altos e mais gordos, ignorando o fato de que o “Pats” não faz deslocamentos de mais de 3 horas com o mesmo avião, já que só disputa jogos contra time dos EUA continental, e a maioria dos jogos são na conferência da costa leste, restringindo apenas para estados “vizinhos” as viagens para jogos, sem troca de fuso horário ou voo noturno.
A insatisfação foi tão grande que alguns jogadores do Botafogo compraram passagem na classe executiva por conta própria para retornar do Catar. O time até chegou a tentar uma troca de aeronave, mas não havia disponível uma que atendesse às expectativas do time em conforto e num prazo hábil antes do torneio.
Agora, o time irá até a justiça por quebra de contrato, procurando reembolso e danos morais. Ainda não está claro se o time processará apenas a Omni que é a operadora, ou também o “Pats”, que é o “usuário “dono” da aeronave.
Vale destacar que nenhum avião hoje operado pela Omni Air International possui algo próximo de 60 poltronas totalmente reclináveis. Inicialmente, foi divulgado que o 767 foi emprestado como uma cortesia do dono do “Pats” para o Textor, e não um contrato de prestação de serviços aéreos, mas a reportagem do UOL deixa entender que houve um acordo firmado entre as partes.
Fonte: Aeroin