Dedicação, estudo e amor pela profissão. Estes têm sido os principais ingredientes para Érica Radtke, que está começando sua carreira como piloto de avião e já começa a trilhar os seus primeiros passos na profissão.
Segundo a jovem moradora de Pomerode, de 19 anos, o desejo de ser piloto surgiu aos poucos em sua vida. Havia, na realidade, uma fascinação, que mesmo ela não entendia bem o que era, mas que depois se revelou o seu desejo para sua vida profissional.
“Eu me lembro que, desde pequena, quando estávamos na piscina de casa, havia uma rota de aviões que passava aqui por cima. Então eu ficava olhando e admirando. Mas foi em um evento em 2022, do Aeroclube, que descobri o que realmente queria. Era o Fly-in, que possui exposição de aeronaves, show de acrobacias e eu fiz uma sessão no simulador. Ali me dei conta do que queria. Então comecei a falar sobre o meu desejo para minha mãe e meu pai”, relembra Érica.
A partir de então começou o caminho em busca do sonho de ser uma piloto. O primeiro passo era o curso teórico para ser um piloto privado, ou seja, a habilitação para voar como passatempo, sem trabalhar profissionalmente com isso. Este curso Érica fez ainda durante o Ensino Médio, no início de 2023.
“Para voar, eu esperei até completar 18 anos, já que para fazer o primeiro voo solo é preciso atingir a maioridade. Então, no ano passado, no dia 18 de outubro, eu tirei a minha carteira como piloto. É estudo dia a dia, toda hora, toda semana, sempre tem coisas a mais para aprender. Para um voo, não é só chegar lá, entrar no avião e sair voando. Tem todo um estudo por trás, desde o começo, como um piloto privado, toda a teoria de voo, a parte meteorológica, a rota, as pessoas com quem conversa durante o voo, a coordenação por voz. O voo tem que estar totalmente pronto e planejado antes da decolagem”, explica a piloto.
Segundo Érica, o seu primeiro voo foi em um simulador, mas na primeira vez em que realizou um voo real foi definida como uma sensação única. “São muitos detalhes, até acontece de ficarmos um pouco perdidos, mas depois esquece tudo e foca no voo. É somente você e o avião. E, nossa, é muito bom, eu adoro voar”, declara.
No momento, Érica está buscando a sua segunda habilitação, a que permite que ela se torne uma piloto comercial. Além disso, ela tem o objetivo de fazer o curso de instrutora de voo, para dar aulas também.
Ainda, Érica pilota atualmente aviões de pequeno porte, monomotores e fará a inclusão na formação para pilotar aviões com dois ou mais motores. Há algumas semanas, a piloto realizou o voo mais desafiador em sua trajetória até o momento, para o Rio de Janeiro.
“Foi necessário planejar tudo para este voo, cada detalhe. Ao todo, o planejamento teve cerca de 15 páginas, além do que já precisava saber de forma geral. Foi preciso muito tempo de planejamento, preparação, vendo e revendo cada detalhe, totalizando cerca de duas semanas apenas de planejamento. A navegação foi bem longa, também, pois foi necessário ir para São Paulo primeiro, onde o avião foi abastecido, e só então fomos para o Rio de Janeiro, pousando no Aeroporto Santos Dumont. Foi muito lindo. Depois voltamos pelo litoral, parando em Itanhaém para abastecer de novo, e depois encerrando o voo. No total foram cerca de 13 horas de voo, feitas em partes”, revela Érica.
A jovem revela que tem em mente dois possíveis caminhos profissionais para o futuro. Primeiramente, Érica deseja fazer o curso de instrutora de voo e, para depois, ainda está decidindo se vai seguir para a área executiva, de voos particulares, como táxi aéreo, ou para a linha aérea mesmo, com companhias como Gol e Latam.
“A parte mais desafiadora em ser uma piloto é se manter firme na caminhada até chegar a este ponto, continuar estudando e ter essa vontade, porque não se pode parar de estudar. Não há como chegar a um ponto em que saiba de tudo. É algo contínuo, sempre é necessário mais planejamento, aprofundar-se mais no conhecimento, pois sempre surgem novos desafios pela frente”, ressalta.

Érica e seus pais. (Foto: Anna Letícia Schulze / JP)
Para os pais de Érica, Sandra Belz Radtke e Nilson Radtke, a escolha de trajetória profissional da filha foi uma surpresa. “Mas ao mesmo tempo ficamos muito felizes por ela ter optado por uma carreira profissional como esta e até agora está dando muito certo. Claro, no início nos preocupamos, quando ela fez o primeiro voo solo ficamos muito apreensivos e o coração quase foi junto no voo. Mas deu tudo certo e seguimos firmes, a apoiando nesta caminhada”, afirmam.
Por fim, Érica aconselha a quem desejar seguir a mesma caminhada a se tornar um piloto. “Minha dica é realmente ir atrás, seguir firme e fazer o que for preciso, porque vale muito a pena. E isso vale não só para a aviação, mas para qualquer área na vida. Vá atrás dos sonhos e aproveite cada segundo”, declara.
Fonte: jornaldepomerode.com.br