Com 31 aeronaves expostas e 53 marcas, Aviation XP Centro-Oeste 2025 reuniu mais de 2.800 visitantes

A organização da Aviation XP Centro-Oeste informa hoje que a quinta edição do evento chegou ao fim, consolidando-se como um dos principais encontros da aviação geral e executiva do país.

Realizado nos dias 25 e 26 de junho, no Condomínio Aeronáutico Liberty, em Goianápolis (GO), o evento atraiu aproximadamente 2.800 visitantes, contou com a presença de 53 marcas expositoras e apresentou 31 aeronaves ao público, o maior número de modelos expostos já registrado na feira.

Com programação focada em negócios e networking, a Aviation XP mais uma vez atraiu os principais players do setor, incluindo fabricantes como Embraer, Pilatus, Tecnan, Epic, Textron, Thrush, Leonardo e Robinson. Ao longo dos dois dias, o evento reafirmou a força da aviação executiva, agrícola e de operações especiais no Centro-Oeste, especialmente em um estado com protagonismo no setor como Goiás.

“Fechamos a maior edição da história da Aviation XP Centro-Oeste com números expressivos e uma qualidade de público e expositores que eleva ainda mais o patamar do evento. É gratificante ver a consolidação da feira como uma vitrine estratégica para o setor”, afirma Gledson Castro, diretor da G2C Events, organizadora da Aviation XP. “Já estamos trabalhando para a edição de 2026, cuja data será anunciada em breve”.

Sérgio Borges, diretor do Condomínio Aeronáutico Liberty, que sediou a feira pela primeira vez, e empresário à frente da Planar Aviação, também destacou a importância do evento para a região e para a promoção da infraestrutura aeronáutica local. “A edição deste ano superou todas as expectativas. Recebemos um público altamente qualificado, conectamos empresas estratégicas e reforçamos o posicionamento do Liberty como um polo real e ativo da aviação executiva no Brasil. Goiás mostrou que tem localização, estrutura e visão para ser protagonista”.

Goiás segue como referência nacional na aviação geral. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o estado conta com 1.621 aeronaves registradas, ocupando a 7ª posição no país e detendo 26% da frota da região Centro-Oeste — atrás apenas do Sudeste. A força do agronegócio é um dos principais impulsionadores do setor no estado, que figura como o 4º maior em aviação agrícola no Brasil.

Informações da G2C Events

Anac encerra sua participação como coordenadora do Comitê de Segurança Operacional da Aviação Civil Brasileira

Agência encerra dois anos na liderança do comitê, que passará a ser coordenado pelo Decea


AAgência Nacional de Aviação Civil (Anac) encerrou sua participação como coordenadora do Comitê de Segurança Operacional da Aviação Civil Brasileira (CSO) em sua 7ª reunião, realizada no dia 26 de junho. Durante a reunião do comitê, a Agência passou a coordenação do CSO para o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), órgão do Comando da Aeronáutica. 

O Comitê, instituído pelo Decreto nº 9.880, de 27 de junho de 2019, tem a finalidade de estabelecer e monitorar o nível aceitável de desempenho de segurança operacional do país e deliberar sobre os indicadores de segurança operacional da aviação civil brasileira. 

Na reunião que ocorreu na sede da Anac, em Brasília (DF), estiveram presentes o diretor-presidente substituto da Anac, Roberto Honorato, o diretor-geral do Decea, Tenente Brigadeiro Medeiros, o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), Major Brigadeiro Moreno, o chefe da Assessoria de Segurança Operacional do Controle do Espaço Aéreo (Asocea), Brigadeiro Avelar, além de servidores da Agência. 

O Comitê de Segurança Operacional da Aviação Civil Brasileira é composto:  

a) pelo diretor-presidente da Anac;  

b) pelo diretor-geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo do Comando da Aeronáutica do Ministério da Defesa;  

c) por dez representantes da Anac; e  

d) por dez representantes do Comando da Aeronáutica do Ministério da Defesa. 

Na ocasião, os representantes da Anac apresentam as atividades desenvolvidas pelo comitê no âmbito dos Grupos de Estudos. Além disso, foi apresentado o Relatório de Acompanhamento do Plano Nacional de Segurança Operacional para a Aviação Civil, referente ao ano de 2024, pelo Grupo de Estudo de Monitoramento do Desempenho e Análise Crítica da Anac. 

Assessoria de Comunicação Social da Anac 

FAB decide equipar caças com mísseis para cúpula do Brics no Rio de Janeiro

Esta será a primeira vez em 9 anos, desde as Olimpíadas de 2016, que a FAB utilizará mísseis acoplados nos aviões caças nas operações de segurança


A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou nesta terça-feira (1) as regras para utilização do espaço aéreo e as ações de defesa previstas para a Cúpula do Brics. O evento reunirá chefes de Estado, chanceleres e assessores de alto nível dos países-membros e ocorrerá nos próximos dias 6 e 7, no Rio de Janeiro. Aeronaves que não tiverem autorização para pouso ou invadirem áreas restritas estarão sujeitas a interceptação e até mesmo a possibilidade de abate.

Esta será a primeira vez em 9 anos, desde as Olimpíadas de 2016, que a FAB utilizará mísseis acoplados nos aviões caças nas operações de segurança. A quantidade de aeronaves empregadas não foi informada. Esse esquema de segurança especial não foi utilizado em outros eventos de grande porte como na Copa do Mundo e nem durante o fórum de cooperação econômica internacional, o G20, no ano passado.

Segundo o comandante de Operações Aeroespaciais, Tenente-Brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, o objetivo do uso de mísseis é interceptar o quanto antes aeronaves que representem alguma ameaça. “Todas as ações que são tomadas são para nos dar tempo de reação. Durante essas atividades as aeronaves já vão estar no ar, voando, para evitar esse tempo de reação. Esse tempo decorre de também tentarmos identificar essas aeronaves fora das aglomerações do Rio de Janeiro, para que se essa aeronave tiver que ser impedida do seu vôo, ela possa pousar, sair ou cair em algum lugar onde não tenha aglomerações de pessoas ou não chegue nem próximo do centro do Rio de Janeiro, que é uma preocupação nossa. E dar segurança a todo mundo envolvido na cúpula e na região como um todo”, destaca Barbacovi.

Ao todo, 670 pessoas foram mobilizadas para defesa aeroespacial durante o evento. “A defesa espacial vai continuar nas nossas fronteiras, no nosso litoral protegendo o nosso país e o nosso espaço aéreo, mas especificamente meios estão sendo levados por que se criou uma área específica para proteção da cúpula dos Brics”, reforça Barbacovi.

Aviões que serão utilizados

Veja os modelos que serão empregados: F-5M (caça), A-29 – super Tucano (caça), KC-390 (avião capaz de fazer reabastecimento em voo), E-99 (aeronave radar, de alerta aéreo e pode rastrear dezenas de objetos simultaneamente), H-60 (Black – Hawk).

O planejamento das ações é feito pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Ministério das Relações Exteriores (MRE) e junto aos receptivos dos líderes mundiais. As autoridades devem chegar e sair do evento em momentos diferentes como medida de segurança e conforto aos participantes.

Aeroporto Santos Dumont fechado

Durante a aeroporto Santos Dumont ficará fechado 0h de sábado (5) até às 18h de segunda-feira (7). Os voos comerciais foram remanejados para o aeroporto do Galeão, também no RJ, onde não haverá nenhuma interrupção segundo a FAB.

“Não haverá impacto para a população porque todos os voos foram remanejados para o Galeão. No domingo o tráfego aéreo no Santos Dumont também é muito pequeno, mas como foi avisado com antecedência as empresas conseguiram remanejar seus voos “, explicou Barbacovi.

Restrições do espaço aéreo

Durante o Brics também foram criadas três áreas de exclusão, ou seja, onde não é possível voar. Drones poderão voar em locais específicos, desde que tenham autorização e cumpram as regras da aviação.

Área reservada (branca): 150 km

  • Corresponde a maior parte da região monitorada.
  • Proíbe voos de instrução, turísticos, acrobáticos, experimentais, agrícolas, de drones, parapentes e outros;

Área restrita (amarela): raio de 110 km

  • Ter seu plano de voo aprovado pelo órgão de controle de tráfego aéreo;
  • Manter comunicações bilaterais em radiotelefonia com o órgão de controle de tráfego aéreo;
  • Possuir transponder em funcionamento;
  • Manter o perfil e voo autorizado pelo órgão de controle de tráfego aéreo.

Área de supressão: 1.530 x 965 m² : voo proibido

  • Somente aeronaves cumprindo missões de apoio à vida humana poderão adentrar
  • Manter-se ou sair da área de supressão mediante estrita autorização do Comae.

Fonte: FAB

Força Aérea Brasileira abre 206 vagas para curso de sargentos com ingresso previsto em junho de 2026

A Força Aérea Brasileira (FAB) publicou as instruções específicas para o processo seletivo da segunda turma do Curso de Formação de Sargentos da Aeronáutica (CFS) com início previsto para junho de 2026. São oferecidas 206 vagas para candidatos de ambos os sexos, distribuídas em diferentes especialidades técnicas.

As inscrições começam no dia 30 de junho e seguem até 28 de julho, exclusivamente pelo site ingresso.eear.aer.mil.br. A taxa de participação é de R$ 95.

Das vagas disponíveis, 165 são destinadas à ampla concorrência e 41 estão reservadas conforme os critérios legais em vigor. Os interessados devem ter entre 17 e 24 anos até 31 de dezembro de 2026 e comprovar a conclusão do ensino médio até a data da Concentração Final do Exame.

As especialidades contempladas incluem áreas como Controle de Tráfego Aéreo, Comunicações, Meteorologia, Suprimento, Eletricidade e Instrumentos, e Mecânica de Aeronaves.

O processo seletivo será composto por provas escritas de língua portuguesa, língua inglesa, matemática e física, previstas para o dia 30 de novembro de 2025. Os candidatos classificados nessa etapa seguirão para as fases de inspeção de saúde, exame psicológico, avaliação física, validação documental e procedimento de heteroidentificação complementar.

Os aprovados em todas as etapas deverão se apresentar na Escola de Especialistas da Aeronáutica (EEAR), em Guaratinguetá (SP), no dia 28 de junho de 2026. O curso de formação tem duração de dois anos.

Após a conclusão, os alunos serão promovidos à graduação de Terceiro-Sargento e distribuídos por Organizações Militares do Comando da Aeronáutica (COMAER) em diferentes regiões do país, de acordo com as demandas da força.

Fonte: FAB

BACG realiza cerimônia alusiva ao Dia da Aviação de Busca e Salvamento

A Base Aérea de Campo Grande (BACG) realizou, na quinta-feira (26/06), a cerimônia militar alusiva ao Dia da Aviação de Busca e Salvamento. O evento contou com a presença de autoridades civis e militares e teve como propósito celebrar a trajetória histórica e os feitos da Aviação da Força Aérea Brasileira (FAB) responsável por salvar vidas em situações de risco.

A solenidade foi presidida pelo Comandante da BACG, Coronel Aviador Newton de Abreu Fonseca Filho, e teve como anfitriões o Comandante do Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação (2º/10º GAV) – Esquadrão Pelicano –, Tenente-Coronel Aviador Alex Costa Malheiros, e o Comandante do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS) – PARASAR, Tenente-Coronel de Infantaria Igor Duarte Fernandes. A cerimônia também contou com a presença do Chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Oeste, General de Brigada Sandro Ernesto Gomes.

Durante a cerimônia, a tropa foi formada por militares dos principais Esquadrões da Aviação de Busca e Salvamento. Um dos momentos mais simbólicos foi o canto do “Hino SAR”, interpretado por todos os presentes, exaltando o espírito de missão e a bravura dos integrantes desta Aviação.

Na ocasião, foi realizada a entrega da Menção Destaque Operacional do Comando de Preparo (COMPREP), reconhecimento atribuído a militares que se destacaram em missões operacionais reais, de combate ou de instrução. A condecoração foi entregue nas categorias Ouro e Prata, sendo agraciado na categoria Ouro o Major Aviador Bruno Fernandes Vela e, na categoria Prata, o Capitão de Infantaria Marvio Ribeiro Ramos e os Sargentos Thiago Goulart Nunes, Alan Queiroz Mendes Araújo, Ramon Ruiz Costa e Bruno Casanova Garcia.

Durante o evento, aconteceu ainda a imposição da Medalha Mérito Operacional Brigadeiro Nero Moura ao Comandante do Esquadrão Pelicano, Tenente-Coronel Aviador Alex Costa Malheiros. A condecoração é concedida a comandantes de Unidades Aéreas que se destacam pela dedicação à operacionalidade de suas organizações.

Durante a leitura da Ordem do Dia, o Comandante da BACG destacou a importância da Aviação de Busca e Salvamento no contexto da Defesa Nacional e no apoio à população brasileira, reafirmando o compromisso da FAB com a preservação da vida. “Celebramos hoje a Aviação de Busca e Salvamento, sinônimo de coragem e altruísmo: cada voo SAR [Search and Rescue] leva aos céus a última esperança de quem aguarda socorro, renovando o compromisso inegociável da FAB com a defesa e com a preservação da vida”, destacou.

REUSAR

Entre 23 e 25/06, a BACG também sediou a Reunião SAR (REUSAR) 2025, fórum anual dedicado ao aperfeiçoamento das operações de Busca e Salvamento no país. Participaram representantes da Divisão de Busca e Salvamento, dos cinco Centros de Coordenação de Salvamento Aeronáutico (SALVAERO) – Atlântico, Brasília, Curitiba, Manaus e Recife –, além de integrantes do Comando de Preparo (COMPREP), do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), da Marinha do Brasil (SALVAMAR) e de esquadrões operacionais.

Ao longo de três dias foram apresentados estudos de caso, debatidas lições aprendidas, analisados registros do sistema SAR e definidas projeções para os próximos anos. O encontro reforçou a integração interagências, elevou o nível de prontidão e fortaleceu a eficácia das ações de salvamento conduzidas pela FAB em todo o território nacional.

Fotos: Cabo R.Cruz e Soldado Marco Antônio / BACG

Fonte: FAB

Cortes orçamentários nos serviços prestados pela Anac

Contingenciamento causa paralisação de emissões de licenças de profissionais, certificações de novas empresas e afeta atividades de fiscalização. Agência participa de tratativas com vistas a um repasse emergencial para reduzir impactos dos cortes orçamentários.


O contingenciamento orçamentário de R$ 30 milhões estabelecido pelo Decreto nº 12.477, de 30 de maio de 2025, afetou significativamente as atividades da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Valendo-se de mecanismo presente no próprio Decreto nº 12.477/2025, que prevê a transferência de recursos entre órgãos, a Anac está em tratativas avançadas com o Ministério de Portos e Aeroportos, sob acompanhamento do Ministério de Planejamento e Orçamento e da Casa Civil, para recompor o orçamento de 2025 e reverter, pelo menos em parte, os efeitos decorrentes do contingenciamento.

A iniciativa poderá eliminar ou amenizar os impactos inicialmente identificados e ser uma solução parcial para fazer frente ao contingenciamento imposto em maio de 2025.


Histórico do orçamento: limite orçamentário cai 25%

A Anac, que já detém um dos menores orçamentos per capita entre órgãos reguladores, sofreu corte de recursos de R$ 30 milhões sobre os R$ 120,7 milhões autorizados para 2025 – valor que já estava abaixo dos R$ 172 milhões originalmente solicitados pela Agência durante o processo de elaboração do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA).

A imposição da restrição orçamentária à Anac representou redução de aproximadamente 25% no limite orçamentário de 2025, que é o mais baixo dos últimos 12 anos da história da Agência, correspondendo, em valores reais atualizados pelo IPCA, a 33% da previsão orçamentária de 2013. A expectativa da Anac é reduzir o impacto do contingenciamento de maio.

Nos últimos anos, as atividades essenciais da Agência vinham sendo mantidas graças a um robusto programa de redução de gastos, o que gerou a diminuição de 43% nos custos com aluguel, condomínio e IPTU, além de ajustes de contratos de serviços de limpeza e vigilância. Com o anúncio do novo contingenciamento, a Anac precisará parar atividades essenciais, mesmo adotando novos cortes de custos, já em curso, com a revisão de contratos e redução de estrutura física.

Impactos nas atividades de fiscalização

O primeiro efeito do contingenciamento na rotina da Anac foi a suspensão, no dia 6 de junho, do agendamento dos exames teóricos exigidos aos profissionais da aviação civil para obtenção de licenças e habilitações expedidas pela Agência. Em razão da redução orçamentária, foram paralisados também processos de certificação de novas empresas e tecnologias aeronáuticas.

Atividades essenciais para a aviação civil, como a supervisão e inspeção da conformidade de requisitos mínimos de segurança de operações aéreas, aeronaves, aeroclubes, oficinas de manutenção, operadores aéreos e aeroportuários, podem ser reduzidas a até 60% do patamar planejado, caso não haja recomposição orçamentária. Isso significa que inspeções regulares nesses entes passarão, confirmado o pior cenário, a ser realizadas com frequência muito menor do que o previsto nos programas de vigilância continuada.

O cenário é preocupante na medida em que pode aumentar o risco para as operações da aviação civil. Questões de segurança poderão passar despercebidas ou não serem corrigidas tempestivamente, elevando a possibilidade de incidentes ou acidentes aeronáuticos.

Paralisação de bancas de provas

Em razão do contingenciamento orçamentário, foi interrompido o contrato com a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pela aplicação das provas. Os profissionais da aviação civil, que para atuarem no setor precisam se submeter às regras da Anac para obtenção de licenças e habilitações, estão sendo penalizados. O impacto atinge diretamente pilotos, mecânicos de manutenção aeronáutica, comissários de voo e outros especialistas que dependem dessas provas para ingressar no mercado de trabalho ou obter novas certificações. A Agência está avaliando alternativas para retomar a aplicação das provas no prazo mais curto possível e minimizar os impactos da interrupção temporária para os profissionais da aviação civil.

A Anac também precisou revisar emergencialmente os procedimentos relativos à realização de exames de proficiência, etapa obrigatória para concessão de licenças e habilitações de pilotos, comissários de voo e mecânicos de manutenção aeronáutica. Os candidatos passam a ter que se deslocar até localidades onde há servidores da Anac habilitados a realizar as avaliações ou buscar atendimento com os examinadores credenciados.

Enquanto as provas não são retomadas, a expectativa é de que se forme uma fila de candidatos aguardando o licenciamento, bem como de profissionais licenciados que não conseguirão obter novas certificações para ampliar seu campo de atuação. Outro impacto é na entrada de novos profissionais no setor aéreo, que já sofre com a oferta reduzida de candidatos, podendo gerar escassez de mão de obra qualificada a curto e médio prazo. Se a suspensão se prolongar, companhias aéreas e demais empregadores enfrentarão um déficit de profissionais habilitados, afetando a continuidade dos serviços aéreos e a expansão de suas operações.


Interrupção de novas certificações

Com o contingenciamento, os deslocamentos de servidores da Anac para desempenhar atividades em processos de certificação de novos operadores aéreos, produtos aeronáuticos e novas tecnologias emergentes foram restringidos. Isso pode limitar o ingresso de empresas estrangeiras e inovações no mercado nacional, além de representar entrave ao desenvolvimento da aviação civil no Brasil. Entre as tecnologias que serão diretamente impactadas destaca-se a certificação dos eVTOLs, sigla em inglês para aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical, que conta com projeto no país liderado pela Embraer, por meio de sua subsidiária Eve Air Mobility.

Historicamente em posição de destaque na indústria aeronáutica global, o Brasil corre o risco de perder protagonismo nesse novo mercado promissor. A certificação dos eVTOLs exige processo técnico minucioso, conduzido em estrito alinhamento com os padrões da Organização da Aviação Civil Internacional (Oaci) e em cooperação com autoridades internacionais. A suspensão do processo compromete a credibilidade do país perante esses organismos e pode gerar atrasos significativos na entrada em operação dessas tecnologias no Brasil, afetando investimentos já realizados por empresas nacionais e estrangeiras.


Repercussão em organismos internacionais

As consequências de uma degradação da capacidade fiscalizatória da Anac não afetam apenas o setor aéreo nacional. O novo cenário tem repercussão internacional, já que autoridades de aviação civil de outros países têm manifestado formalmente a preocupação com a capacidade de supervisão da segurança aérea no Brasil. A perda de confiança por parte desses órgãos pode resultar em restrições severas, como, por exemplo, companhias aéreas brasileiras ficarem impedidas de expandir voos para os Estados Unidos ou estabelecerem novas parcerias comerciais com empresas estrangeiras, impactando diretamente a conectividade internacional e a competitividade de empresas aéreas brasileiras.

A perda de confiança na capacidade técnica da Anac compromete também acordos de reconhecimento mútuo de certificações, dificulta a exportação de produtos aeronáuticos nacionais e impacta a reputação do país no cenário da aviação global.

No Brasil, a restrição orçamentária à Anac dificultará a participação da Agência nos eventos preparatórios para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém (PA). A Agência sofreu redução na capacidade de realizar o monitoramento das obras do aeroporto da capital paraense e o planejamento das operações aéreas na região, e perdeu recursos para apoio mensal à Operação Yanomami, de combate ao garimpo ilegal.

Os impactos do contingenciamento para as atividades da Anac são significativos, no entanto um repasse emergencial, objeto de tratativas no âmbito do Poder Executivo, poderá reduzir os efeitos dos cortes orçamentários.


Assessoria de Comunicação Social da Anac

ANAC altera exames de proficiência para profissionais da aviação após o impacto da falta de orçamento

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) anunciou na semana passada uma revisão emergencial nos procedimentos para a realização de exames de proficiência, etapa essencial para a concessão de licenças e habilitações a pilotos, comissários de voo e mecânicos de manutenção aeronáutica. A medida foi tomada em função das restrições orçamentárias impostas pelo Decreto nº 12.477, de 30 de maio de 2025.

Segundo informou a ANAC, a principal mudança afeta os serviços que exigem deslocamento de servidores da Agência, como atividades de certificação, fiscalização e vigilância continuada. Com isso, os candidatos passarão a ser responsáveis por se deslocar até localidades onde há servidores da ANAC habilitados a realizar as avaliações, ou buscar atendimento com examinadores credenciados. A alocação será feita conforme a disponibilidade dos avaliadores e a proximidade geográfica do requerente.

Regras por categoria profissional

Pilotos

Os candidatos deverão se deslocar até a localidade de atuação de um servidor da ANAC ou de um examinador credenciado. Também será responsabilidade do requerente providenciar uma aeronave compatível para a realização do exame prático.

Confira a lista de examinadores credenciados clicando aqui.

Confira as localidades com servidores da ANAC aptos para realização dos exames clicando aqui.

Comissários de voo

As avaliações práticas para comissários de voo só poderão ser realizadas em duas cidades: São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Assim como no caso dos pilotos, os candidatos deverão providenciar a aeronave necessária para o exame.

Mecânicos de Manutenção Aeronáutica (MMA)

Para essa categoria, os exames serão realizados exclusivamente nas localidades onde residem ou estão lotados servidores da ANAC habilitados. O candidato também deve obter autorização prévia de uma Organização de Manutenção Autorizada (OMA) para uso das instalações durante o exame.

Exames conduzidos por examinadores credenciados de operadores aéreos certificados ou de centros de instrução e treinamento de pilotos seguirão os fluxos normais, sem alterações.

As habilitações disponíveis por cidade são as seguintes:

– No Rio de Janeiro (RJ), estão disponíveis exames para GMP, Célula (CEL) e Aviônicos (AVI).

– Em São Paulo (SP), também é possível realizar provas para GMP, CEL e AVI.

– Em Brasília (DF), há disponibilidade para as três habilitações: GMP, CEL e AVI.

– Na cidade de Macaé (RJ), os exames são realizados apenas para GMP e CEL.

– Já em Manaus (AM), há servidores aptos a aplicar exames para GMP, CEL e AVI.

A ANAC reconhece os transtornos causados pelas mudanças e reforça seu compromisso com a segurança e a transparência na aviação civil. Dúvidas e solicitações de esclarecimentos podem ser encaminhadas por meio do canal Fale com a ANAC, disponível no site oficial da Agência.

Fonte: Aeroin

Aviação de Reconhecimento: Olhos que vigiam o céu e protegem o Brasil

O reconhecimento aéreo é uma ferramenta valiosa tanto para ações imediatas quanto para planejamentos de longo prazo


A Força Aérea Brasileira (FAB) celebra, no dia 24 de junho, o Dia da Aviação de Reconhecimento, área essencial para a manutenção da soberania nacional e da integridade do território brasileiro. Com atuação estratégica, a Aviação de Reconhecimento emprega tecnologia de ponta para levantar dados de inteligência e monitorar áreas críticas, apoiando a tomada de decisões em todos os níveis da defesa do país.

Com aeronaves dotadas de sensores e radares de alta precisão, os Esquadrões Poker (1º/10º GAV), 

Hórus (1º/12º GAV) e Guardião (2º/6º GAV), sediados em Santa Maria (RS) e Anápolis (GO), executam missões que vão do reconhecimento tático ao monitoramento ambiental. Um exemplo recente foi a participação do Esquadrão Poker na Operação Taquari 2, com aeronaves A-1M sobrevoando áreas atingidas no Rio Grande do Sul, fornecendo dados essenciais para ações de resposta.

O reconhecimento aéreo é uma ferramenta valiosa tanto para ações imediatas quanto para planejamentos de longo prazo. Imagens captadas são usadas no combate a queimadas, desmatamentos, garimpos ilegais, pistas clandestinas e até no apoio à segurança pública em grandes eventos e operações interagências.

O Esquadrão Hórus, que opera Aeronaves Remotamente Pilotadas (ARP), como o RQ-900, oferece capacidade de observação em tempo real, mesmo em áreas inóspitas, com total segurança aos operadores.

Já o Segundo Esquadrão do Sexto Grupo de Aviação, Esquadrão Guardião, é referência em vigilância na Amazônia Legal, desempenhando papel vital na proteção da maior floresta tropical do mundo. O Comandante da Unidade, Major Aviador Fernando Peres da Silva, destaca que o esquadrão, originalmente criado para proteger e vigiar o território amazônico, hoje atua em todo o Brasil, com aeronaves como o E-99M e o R-99 desempenhando papéis cruciais na vigilância aérea e em operações de combate ao tráfico. Sediado em Anápolis, o esquadrão é marcado pela prontidão silenciosa de seus tripulantes, simbolizada pela Harpia em seus uniformes, e pela dedicação incondicional à missão.

“Não é por acaso que nossos tripulantes carregam, em seus uniformes de voo, a imagem da Harpia, uma ave predadora, silenciosa e precisa, que simboliza perfeitamente a forma como atuamos: com discrição, eficácia e foco total na missão. Hoje, como Comandante do Esquadrão, tenho a honra de liderar homens e mulheres íntegros, comprometidos e incansáveis, que colocam o dever acima de qualquer interesse pessoal, dedicando-se com excelência à nobre tarefa de proteger o nosso país”, destacou o Oficial.

Com inovação, precisão e vigilância constante, a Aviação de Reconhecimento da FAB segue firme como os olhos que vigiam o céu e protegem a nação.

Fonte e Fotos: FAB

Airbus apresenta o Racer, helicóptero de alta velocidade que voa como avião

Paris, França – Um novo conceito de aeronave pode estar prestes a revolucionar a indústria com uma inovação da Airbus no setor de helicópteros que se comportam como aviões.

Desde os primórdios da aviação, tentativas foram feitas para combinar o voo vertical com o voo horizontal, antes mesmo da criação dos helicópteros modernos. A primeira tentativa surgiu na década de 1930, com os autogiros: pequenas aeronaves que usam um propulsor para ganhar velocidade, fazendo com que o rotor superior entre em autorrotação como resultado da aerodinâmica do movimento para frente. Diferente dos helicópteros, não há conexão entre o rotor e o motor.

A partir desse conceito, foi criado na Inglaterra, no final dos anos 1930, o Girodino, um autogiro com o rotor conectado ao motor. Ele possuía asas e, após a decolagem vertical, o rotor era desconectado para permitir o voo horizontal, como em um avião.

Esse conceito foi explorado até a década de 1960, mas acabou abandonado por limitações tecnológicas da época. Com os avanços recentes, a realidade mudou.

Ainda sob a marca Eurocopter, a Airbus desenvolveu em 2010 o demonstrador X³, baseado no helicóptero H155 Dauphin (AS365), mas com asas e dois rotores dianteiros. Esse projeto evoluiu para o Racer, um novo demonstrador de tecnologia.

O Racer foi apresentado ao público pela primeira vez em voo durante o Paris Air Show 2025. O AEROIN teve acesso exclusivo à aeronave e conheceu de perto essa proposta disruptiva para o futuro dos helicópteros.

Visualmente, o Racer lembra o H160, tanto nas linhas retas da fuselagem quanto na pintura em branco e preto, similar às tendências do setor automotivo. No entanto, a fuselagem é mais alongada e estreita. Segundo o engenheiro da Airbus, Brice Makinadjian, responsável pela demonstração do Racer, a ideia foi criar um projeto simples, com aerodinâmica otimizada e menor arrasto.

Todos os problemas dos autogiros e multiplanos, como o V-22 Osprey, procuramos eliminar. O Racer é uma aeronave relativamente simples, sem sistemas complexos ou design exótico”, afirmou o engenheiro.

O Racer é equipado com dois motores Safran Aneto, com 2.500 hp cada. Eles não só alimentam o rotor principal, mas também os dois rotores nas pontas das asas, voltados para trás. A decolagem ocorre como em um helicóptero tradicional, mas ao atingir certa velocidade e altitude, a força é redirecionada para os rotores das asas, e o rotor principal entra em autorrotação, mantendo sustentação.

Essa transição simples e eficiente é o grande diferencial do Racer, eliminando mecanismos complexos de reconfiguração como os usados em aeronaves de rotores basculantes.

Segundo a Airbus, as asas geram 50% da sustentação no voo horizontal, com o rotor principal completando o restante. A aeronave atinge velocidades de até 240 nós (440 km/h), estabelecendo um recorde mundial para helicópteros de seu porte em 2024.

O único protótipo existente, apresentado em Le Bourget, tem apenas 32 horas de voo e é usado em avaliações de mercado. Sua configuração atual permite transportar nove passageiros e bagagem. A Airbus o vê como ideal para missões de resgate e segurança pública.

O consumo de combustível pode ser reduzido em até 25% em voos de longa distância em relação a helicópteros convencionais, com o dobro da velocidade. Isso torna o Racer ideal para missões de busca e salvamento em mar aberto, onde não há opção de reabastecimento.

Internamente, a cabine é similar à do H160, com manche e coletivo ainda presentes, embora o Racer voe como um avião em cruzeiro, sem necessidade de inclinação para frente.

Na traseira, os dois estabilizadores verticais do X³ foram mantidos, contribuindo para estabilidade e eficiência dos lemes. Outro diferencial são os propulsores das asas voltados para trás, aumentando a segurança no embarque e reduzindo o ruído na cabine.

O piloto automático já é programado para realizar as transições entre voo vertical e horizontal. Segundo a Airbus, um piloto do H160 foi capaz de operar o Racer após apenas 30 minutos de instrução.

Apesar das inovações, o Racer ainda é um demonstrador tecnológico. A Airbus está ouvindo o mercado para definir especificações, e planeja certificá-lo como helicóptero, o que reduziria custos e aceleraria uma eventual produção em série.

Cíclico com botão TCC WHL para transição de movo de voo

Fonte: Aeroin

Anápolis recebe caça supersônico e reforça protagonismo na defesa aérea do Brasil

Aeronave sueca pousou na Base Aérea da cidade na última segunda-feira (17) e amplia a capacidade operacional do 1º Grupo de Defesa Aérea da FAB


A Base Aérea de Anápolis passou a contar, nesta semana, com mais um reforço de peso em sua frota. O 10º caça F-39E Gripen, entregue ao Brasil na última segunda-feira (17), vindo da Suécia, pousou às 12h42 após decolar do Aeroporto Internacional de Navegantes (SC). A chegada é estratégica na modernização da Força Aérea Brasileira (FAB) e fortalece o papel de Anápolis na defesa do espaço aéreo nacional.

Pilotado pelo Tenente-Coronel Cristiano de Oliveira Peres, o novo Gripen chegou à cidade goiana após um voo de cerca de 1 hora e 17 minutos. Com a chegada da aeronave de matrícula FAB 4110, o 1º Grupo de Defesa Aérea (1º GDA), sediado em Anápolis, passa a contar com nove unidades operacionais do caça de última geração.

Além disso, a entrega marca um novo capítulo na parceria entre o Brasil e a fabricante sueca Saab, especialmente por ser a primeira unidade entregue com capacidades inéditas desenvolvidas especialmente para atender às necessidades da FAB. “Essa aeronave inaugura uma nova fase de operações, com maior versatilidade para diferentes tipos de missão”, destacou o coronel aviador Claudio Oliveira Marques, responsável pela Operação Navegantes. O Gripen foi produzido em Linköping, na Suécia, e transportado por navio até o Brasil, desembarcando em um porto brasileiro no início de junho. Daí, seguiu por via terrestre até Navegantes, onde passou por preparação e testes antes de sua primeira decolagem em território nacional.

Peter Dölling, diretor-geral da Saab no Brasil, celebrou a entrega. “Essa aeronave representa mais do que tecnologia. É resultado do programa de transferência de conhecimento que capacitou engenheiros, técnicos e pilotos brasileiros, fortalecendo a Base Industrial de Defesa nacional”, comemorou.

Além das nove aeronaves em operação no 1º GDA, o Brasil também conta com um Gripen empregado em campanhas de testes e desenvolvimento no Centro de Ensaios em Voo, localizado em Gavião Peixoto (SP).

Desde que o Gripen entrou oficialmente em operação no Brasil, em dezembro de 2022, a FAB tem participado com sucesso de missões e exercícios de grande escala, como a CRUZEX 2024, que reuniu forças aéreas de diferentes países.

Fonte: Fab